sábado, 31 de agosto de 2013

Novo sistema da Apple iOS7 nao vai rodar nos iPhones antigos


iOS 7 não vai rodar nos iPhones e iPads mais antigos
O iOS 7 só é compatível com os modelos mais recentes do iPhone, iPad e iPod, e certos recursos só vão funcionar em alguns desse dispositivos

O serviço de música iTunes Radio, que deve estrear com o iOS 7, só será oferecido, inicialmente, nos Estados Unidos



iOS7, apresentado ontem no evento WWDC 2013, traz a maior reforma no sistema operacional móvel da Apple desde o lançamento do iPhone, em 2007. Ele chega totalmente redesenhado e traz muitos servicos novos Mas só será compatível com os modelos mais recentes desses dispositivos.

Como informa o site da Apple iOS 7 poderá ser instalado no iPhone 5, 4S e 4, no iPad 4, 3 e 2 e no iPod touch de quinta geração. Ele também virá instalado nos gadgets que a Apple deve lançar no segundo semestre, como o iPhone 5S. Mas quem tem um iPad da primeira geração ou um iPhone 3GS, por exemplo, vai ficar fora da festa.

Além disso, alguns recursos não vão funcionar em todos os modelos. A câmera, por exemplo, será diferente dependendo do gadget. Ela só terá todas funções anunciadas pela Apple no iPhone 5 e no iPod touch de 5ª geração. No iPhone 4S, não haverá filtros na câmera (mas haverá filtros no aplicativo Fotos). 


No iPhone 4, além dos filtros, estará ausente a função de foto panorâmica. No iPad 2, não vão aparecer, ainda, os modos de foto quadrada e de filmagem. O iPad 2 é, aliás, o dispositivo em que o iOS 7 vai funcionar com mais restrições. Itens como AirDrop, Siri e os filtros no app Fotos, por exemplo, também não vão aparecer nele. 

Além das restrições de cada dispositivo, há outras que dependem do país onde o aparelho é usado. Os brasileiros vão continuar sem uma versão em português da assistente falante Siri. E o novo serviço de música por streaming iTunes Radio só vai ser oferecido, inicialmente, nos Estados Unidos.

Projeto da EBC de interatividade na TV Digital vai para America Latina


Banco Mundial diz que projeto da EBC deve ser replicado



Criança assiste à TV: “Estamos falando de setores que não tinham entrado no século 21. Avaliamos que a experiência pode ser replicada no Brasil e em outros países da América Latina", disse gerente do Banco Mundial


"O Projeto Brasil 4D, coordenado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi apontado hoje como uma referência em inclusao digital e deve ser levado a outros países". A opinião é do gerente de Relações Externas para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Sergio Jellinek. “Estamos falando de setores que não tinham entrado no século 21. Avaliamos que a experiência pode ser replicada no Brasil e em outros países da América Latina", disse.

O banco avaliou a experiência do Projeto Brasil 4D, que levou a 100 famílias beneficiárias do Programa Brasil sem Miséria, em João Pessoa (PB), aplicativos interativos desenvolvidos para televisão digital, com acesso às ofertas de empregos na cidade, cursos de capacitação e orientações para obtenção de documentos, além de informações sobre serviços e benefícios, como aposentadoria, campanhas de saúde e programas Bolsa Família e Brasil Carinhoso, entre outros.


"Percebemos que o projeto poderia atingir vários objetivos a um custo baixo. Dessa forma, o Banco Mundial financiou um estudo sobre o impacto socioeconômico da iniciativa a um setor da sociedade que estava à margem da era da internet", disse durante o 4º Fórum Internacional de Mídias Públicas.

Na semana passada, o Projeto Brasil 4D foi premiado com o Troféu SET 2013, durante o Congresso da Sociedade de Engenharia de Televisão (SET). No dia 20, recebeu a menção especial da La Cumbre TV Abierta 2013, em Nova York, pela contribuição para a TV aberta.



Imagine receber, na tela da TV, informações a respeito de direitos como acesso a serviços públicos ou sobre orientação financeira. Essas são algumas das aplicações de interatividade do sistema digital que estão sendo desenvolvidas pelo Projeto Brasil 4D, 

O projeto, coordenado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi iniciado em dezembro do ano passado e selecionou 100 famílias beneficiárias do Programa Brasil sem Miseria, em João Pessoa. Elas testaram aplicativos desenvolvidos para interatividade com a televisão digital, usando softwares livres.



"Foi um trabalho de formiguinha, montamos um projeto inédito e, para tal, tivemos que descobrir toda uma linguagem interativa que fosse acessível para a população", disse o coordenador-geral do projeto e superintendente de suporte da EBC, André Barbosa.

Na tela da TV, os moradores tiveram acesso às ofertas de empregos da sua cidade, cursos de capacitação e orientações para obtenção de documentos, além de informações sobre serviços e benefícios do governo federal, como aposentadoria, campanhas de saúde e programas Bolsa Família e Brasil Carinhoso, entre outros.



Segundo a professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), Cosette Espindola de Castro, os testes mostraram que, após a ambientação com o sistema, as pessoas passaram a otimizar recursos com as informações disponíveis sobre os serviços.

"Um exemplo foi o caso da oferta de emprego. Com a interatividade, as pessoas recebiam informações atualizadas semanalmente e não saiam de casa desnecessariamente para buscar emprego, e não teriam que gastar dinheiro com transporte e comida" disse Cosette, que participou de um estudo para avaliar os impactos do projeto.


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Globo muda sua estrutura mirando o futuro

Empresas GLOBO mudam radicalmente 
sua estrutura pensando no futuro



A partir de agora, os executivos Luis Erlanger e Amauri Soares irão trabalhar juntos. Em recente reestruturação da Globo, a emissora integrou as áreas de "Programação" e "Análise e Controle de Qualidade". De acordo com a organização, Erlanger continua responsável pela sua área (a de qualidade), mas sob comando de Soares. A unidade ganhou outro nome e passará a ser chamada de "Direção de Programação e Controle de Qualidade".

Segundo comunicado enviado pela emissora, a mudança teve como objetivo assegurar que os princípios e valores da Globo estejam presentes de forma permanente em toda a grade de programação e em consonância com os aspectos regulatórios. Ainda no texto, o canal afirma que a Comunicação, sob a direção de Sergio Valente, encarregada de promover os produtos da emissora e de cuidar da valorização da marca, passa a responder também pelas ações da Globo Rio e da Globo São Paulo.


Amauri Soares assume direção da área de Programação e Controle de Qualidade (Imagem: Divulgação)"Os desafios se alteram com o tempo e é preciso nos adaptar ao que eles apontam, para podermos continuar sendo competitivos e avançar continuamente. Porque foi assim que sempre caminhamos, ao longo de quase cinquenta anos de história. A manutenção do nosso sucesso exige um constante repensar. E fizemos isso”, disse diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder.

Além da comunicação, Schroder, que assumiu o cargo em janeiro, apresentou outras novidades. A partir desta semana, a Globo vai investir mais na produção de conteúdo, no Jornalismo e no Entretenimento, não apenas para a televisão aberta, mas também para outras plataformas, como a TV fechada e as mídias digitais.



A nova estrutura está fundamentada em três pilares: Conteúdo, Negócios e Gestão. E, segundo Schroder, torna a empresa “mais integrada, mais dinâmica, mais preparada para enfrentar as grandes transformações do nosso tempo, da sociedade, da tecnologia, dos consumidores”.

A direção geral de Negócios, comandada por Willy Haas, que acumula a responsabilidade de ser o segundo na hierarquia e substituto do diretor-geral nas suas eventuais ausências, vai agrupar agora todas as áreas responsáveis pela geração de receitas numa gestão única e passar a liderar também as emissoras regionais de Brasília, Belo Horizonte e Recife, a área de Negócios Internacionais e a de Relacionamento com as Afiliadas.

A direção geral de Planejamento e Gestão, sob a responsabilidade de Rossana Fontenelle, abriga as diretorias de Capital Humano, com destaque para a gestão estratégica das pessoas e da cultura organizacional, Financeira, de Patrimônio e Serviços e de Tecnologia, criada a partir da fusão das áreas de Engenharia e TI - e tem ainda o apoio das diretorias de Planejamento Estratégico e de Mídias Digitais.



Sob a direção de Manoel Martins, o Entretenimento abre novas oportunidades de desenvolvimento de talentos internos e de parcerias externas ao ampliar a produção de conteúdo para a TV fechada (Globosat) e para a internet (Globo.com) e aumentar a sinergia com o cinema, com a incorporação da Globo Filmes.

Há, ainda de acordo com o jornal, o objetivo de focar cada vez mais no conteúdo. O impacto das mudanças no mercado cinematográfico brasileiro poderá ser sentido também porque o Projac passará a abrigar, além das produções da emissora, o conteúdo a ser produzido pela Globo Filmes, que passará a contar com toda a infraestrutura da TV Globo.

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DEMI GETSHKO , PAI DA INTERNET NO BRASIL, FALA SOBRE CONTROLE

Pioneiro da internet brasileira conta como se vigia a rede

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De que modo certos equipamentos e sistemas (como Windows-8) bisbilhotam usuários. Por que tráfego global é concentrado nos EUA. Como Marco Civil pode inibir vigilância 

No NDIS (Núcleo de Direito, Internet e Sociedade da Faculdade de Direito da USP)

Durante o mês de agosto o diretor do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Demi Getshko, conversou com a equipe do NDIS sobre a reação brasileira às recentes revelações que os Estados Unidos mantém programas de espionagem de cidadãos brasileiros (e de todo o mundo). Um dos pioneiros da internet no Brasil, Getshko debateu a viabilidade e as consequências das propostas e soluções que surgiram no debate público brasileiro. As perguntas formuladas foram construídas pela equipe do NDIS a partir de uma chamada de perguntas, postada no final de julho.

A denúncia do esquema de monitoramento da NSA (PRISM) causou alarde da opinião pública do mundo inteiro. Depois do escândalo, muito tem se argumentado que essa coleta de dados, especialmente no caso dos brasileiros, foi possível devido a “vulnerabilidades” na “defesa cibernética” nacional. Do ponto de vista técnico, isso faz sentido? Há áreas que carecem de maiores investimentos? Como o investimento nessas áreas poderia salvaguardar os direitos dos usuários?

Demi Getshko: Essa é uma questão da estrutura básica de telecomunicações mundial. E isso sempre foi assim – tanto na telefonia quanto na Internet – você é obrigado a passar por pontos de concentração, o que é tecnicamente razoável. Não faz sentido ter um cabo submarino direto, daqui até Nova Guiné, por exemplo. Você vai passar por algum lugar de concentração – possivelmente Washington, Miami ou Europa para então pegar outro cabo e assim por diante. A estrutura de telecomunicações, da telefonia, sempre teve pontos de concentração. E nesses pontos, o tráfego passa por atacado. Se esses pontos forem submetidos à uma análise, as informações que passam por lá são “bisbilhotáveis”. E isso não denota uma deficiência específica de alguém. Se você está falando com alguém, o tráfego vai para algum lugar e vai passar por diferentes pontos de concentração. Se você está se comunicando com alguém da Austrália por telefone, por exemplo, essa comunicação não vai sair da sua casa e vai até a Austrália nonstop. Portanto, não existe uma deficiência técnica que gere monitoramento – se houver uma deficiência, é uma deficiência ética ou política de quem faz o monitoramento. Da mesma forma, quando você se comunica através da Internet, o seu provedor tem acesso a tudo que passa por lá e ele que deveria tomar providências para não invadir esse conteúdo. Basta pensar que a lei condena o roubo, mas isso não quer dizer que quando houver roubo, vai ter havido uma falha da lei.

Mas também existem algumas sutilezas que podemos analisar quando pensamos nessa questão. Alguns equipamentos vêm com “backdoors”. E existem vários argumentos para isso – o fabricante pode querer estatísticas sobre o uso do equipamento ou o governo pode querer ter a possibilidade de acessar alguma coisa em casos de emergências. O contrato de uso da versão 8 do Windows tem uma disposição que reserva à Microsoft o direito de monitorar o que acontece no seu computador para ter informações sobre o funcionamento técnico do software – claro que essa prerrogativa existe sob o argumento de que seja útil para “resolver problemas” mas, evidentemente, essas informações podem ser utilizadas para outros fins. Ou seja, existe a ferramenta. e ela pode ser usada para o bem ou para o mal. Recordo-me de um caso em que um fabricante de celulares, quando fez uma coleção entrega de celulares para a Europa, por exigência de um país, deixou um backdoor específico para caso o governo precisasse de uma via de acesso a esses aparelhos. E esse backdoor acabou sendo descoberto por hackers (ou crackers…), que se aproveitaram dessa brecha. A mesma coisa acontece em sistemas operacionais. Quando existe uma ferramenta dessas, ela pode ser explorada por alguém mesmo que tenha sido criada com a melhor das intenções. O backdoor pode ter sido criado para ser usado em um caso de ataque, ou de alguma emergência. Essa é uma segunda vulnerabilidade que também não é específica de brasileiros.

Antes de adquirir equipamentos, a Telebrás, por exemplo, costuma fazer uma análise de engenharia reversa para identificar possíveis backdoors. Quando eles são detectados, o ideal é que esses equipamentos não sejam adquiridos para que não fiquemos expostos a um monitoramento feito remotamente. Essa é uma vulnerabilidade que pode decorrer do equipamento ou do próprio software. O XKeyscore, programa que consta da apresentação referente a esse escândalo americano, é um software de monitoramento que provavelmente infectava a máquina do usuário para monitorar o que você teclava. Em suma, a gente vive imerso em um mundo em que somos vulneráveis. Mas não diria que há uma vulnerabilidade brasileira especifica; são vulnerabilidades de todo o sistema e nós temos que sempre tentar nos munir de ferramentas que não estejam tão expostas a serem mal usadas.

O senhor comentou que se eu estiver me comunicando com alguém da Austrália, essa comunicação precisa passar por algum lugar. É correto dizer que esse lugar é os Estados Unidos, na maioria das vezes? É nesse sentido que se fala em uma “centralização” da rede que precisa ser combatida?

É verdade. Naturalmente, há uma centralização porque eles geram e consomem muito tráfego. Você pode ter cabos submarinos ligando os lugares diretamente – tem um cabo submarino que vai daqui até a África, por exemplo. Mas se você quiser ganhar tempo e economizar esforço, você vai querer passar por onde é mais rápido. Existem alguns pontos específicos de concentração, tais como Miami, Washington e Europa (região de Amsterdam). E sempre existem pontos de concentração de tráfego naturais. Pense nos pontos de baldeação do metrô. Se você quiser monitorar muita gente que ande de metrô, é mais fácil fazer isso nesses pontos, como por exemplo [em São Paulo] a Praça na Sé.

Nesse sentido, seria viável “descentralizar” a rede ou tecnicamente isso não faz sentido? Essa centralização depende apenas do tráfego que é gerado?

Não faz sentido na prática. Primeiro, você não vai poder passar um cabo submarino para ligar todos os lugares uns aos outros, como, por exemplo, você não vai construir um cabo de São Paulo até Papua Nova Guiné. Você vai ter que trabalhar no atacado. Segundo, se você usar um dispositivo como um satélite, você cai numa estrutura que é naturalmente universal. Você pode se utilizar do sinal de um satélite que não foi feito para aquela comunicação específica – quando você tiver visibilidade de footprint de determinado satélite, você simplesmente pega o sinal. Então, qualquer comunicação por satélite é intrinsecamente aberta. Você pode usar criptografia mas você está recebendo o sinal. Então, na minha opinião, não há uma maneira de se contornar isso tecnicamente. Isso poderia ser contornado através da criptografia, por exemplo, para tentar de alguma forma tornar a comunicação mais segura. É natural, tecnicamente, que pontos de concentração existam e não haveria sentido econômico em se estabelecer ligações “n a n”, isto é, todas as cidades ligadas a todas as outras cidades. Isso não é viável.

Alguns especialistas em tecnologia e sociedade sugeriram a criptografia ou “encriptação” como ferramenta para evitar a vigilância. O senhor acredita na eficácia e mesmo na viabilidade desse recurso em uma escala ampla e generalizada? Ou seja, a adoção desse novo comportamento por parte dos usuários “comuns” da rede seria possível e se constituiria como uma solução efetiva?

Vou usar uma frase famosa do Vicente Mateus: “a criptografia é uma faca de dois legumes”. Se você olhar o que foi divulgado sobre o XKeyscore, uma das regras era a seguinte, se se descobrir que alguém está usando criptografia, monitore-o intensamente, porque deve existir alguma coisa de errado aí. Então, eu sou a favor do uso da criptografia nas comunicações, mas já aviso: você será colocado na lista dos mais visados. Você passa a ser suspeito em potencial. Como agora nos Estados Unidos são suspeitos todos os donos de panela de pressão…

Outra proposta que tem sido alardeada diz respeito à obrigatoriedade de hospedagem de dados de brasileiros no Brasil, proposta essa que está em vias de ser incluída no texto do Marco Civil. Como o Sr. enxerga essa proposta?

É uma proposta bastante complicada e até risível em alguns aspectos. Ela vai contra a ideia básica da Internet e não acredito que amenize nada os problemas de segurança (por exemplo, tudo o que eu comentei sobre backdoors continua valendo e poderia ser inclusive muito bem explorado a partir do Brasil também). Talvez seja até mais fácil para alguém que queira bisbilhotar dados de brasileiros e que more aqui que esses dados fiquem guardados aqui. Por exemplo, se eu tenho um blog hospedado na Austrália, pode ser ruim para quem queira verificar dados sobre mim na Austrália, mas se me obrigarem a colocá-los aqui, eu fico mais exposto. Não vejo isso como nenhuma proteção específica para o indivíduo, mas sim como mais uma abertura que pode gerar mais problemas. Além disso, pensando economicamente, isso pode desestabilizar muitos pequenos, que podem optar por se hospedar aqui ou fora, a depender de questões ligadas aos seus modelos de negócio.

Nunca houve vedação a isso. Na verdade, até um portal oficial brasileiro durante um tempo esteve hospedado no Vale do Silício. Eu não sou a favor disso. Acho que dados do governo brasileiro devem ficar no país. Mas eu não acho útil obrigar que dados de brasileiros em geral sejam trazidos pra cá. Isso é contra a ideia da rede! Você não vai poder trazer a contribuição de alguém de um blog hospedado lá fora. Ou ainda se eu tuitar algo no Twitter, não faz o menor sentido obrigar que isso fique aqui. Muito menos tecnicamente.

E também não acho que ajude na proteção à privacidade. Pelo contrário, cria mais uma brecha. O Brasil sempre se notabilizou por ser um dos países com maior número de pedidos de quebra de sigilo de dados (para o Google ou outras redes sociais). Se esses dados estiverem aqui, isso fica mais fácil de ser obtido. Lembro do caso de um pedido que o STJ julgou procedente para se quebrar o sigilo das comunicações de um político de Rondônia cujos dados estavam nos servidores do Google dos Estados Unidos – ele estava usando o Gmail – e a justiça deu provimento a isso. Certamente é mais difícil executar isso lá do que se esses dados estivessem aqui.

Essa tentativa de obrigar que os dados de brasileiros sejam hospedados aqui tem aparecido como alternativa para viabilizar uma suposta “descentralização” da rede…

Você está na verdade centralizando a rede.

Exatamente. O argumento é de descentralização mas você não parece estar pensando no tráfego da rede mas sim em onde os dados estão armazenados. É isso?

Os dados naturalmente tenderão a estar onde são consumidos. Existe um outro argumento nessa história que é o seguinte: que erros de topologia aumentem a sua exposição ao risco (o que é uma bobagem e sempre fomos contra). Então, se eu mandar um email pra você, e você está no Rio e eu em Rondônia, não é razoável que esse email passeie pelo mundo antes de chegar em Rondônia; é razoável que um email que nasce no Brasil e morre no Brasil mantenha o seu trânsito dentro do país. Às vezes isso não é possível. Digamos que em Rondônia a única saída é via satélite. E digamos que seu satélite tenha um foco em Homestead (Flórida), então você vai baixar o dado que saiu de Rondonia na Flórida e ele virá por um cabo submarino até o Rio. Às vezes tecnicamente você não tem fibra chegando até o lugar e recorre, então, a um trecho via satélite. Atualmente, os satélites são todos internacionais. Mas não é bom que uma comunicação que comece dentro do país e se destine a outro ponto dentro do país, saia para fora do país. Uma das formas de se impedir isso é construir pontos de troca de tráfego cada vez maiores intensos e ativos dentro do país. Temos batalhado muito pra ter isso e talvez sejamos o quarto ou quinto melhor país em pontos de tráfego no mundo.

Outra coisa que é importante é o chamado balanço de tráfego. O Brasil paga a comunicação internacional porque traz três vezes mais tráfego do que sai, então existe um desbalanceamento e as companhias brasileiras têm que pagar uma quantia às companhias estrangeiras por esse déficit. Mas isso é absolutamente esperado. Isso porque o Brasil é parte do mundo e naturalmente tem mais coisas no mundo do que no Brasil. Vai ter sempre um desbalanceamento que é contra qualquer país específico. O balanceamento é sempre contra o país individualmente tomado porque fora dele existe o conteúdo do resto do mundo. Isso pode ser racionalizado. Os grandes provedores de informação criam caches ou espelhos, que são repositórios parciais das coisas mais usadas no país dentro do próprio país. Essas empresas naturalmente querem estar perto dos usuários, não por benevolência, mas por racionalidade. Naturalmente essas empresas – não por generosidade ou boas intenções – trazem esse conteúdo para cá. Não é preciso obrigá-las a fazer isso porque elas farão isso naturalmente. É uma questão estratégica trazer o conteúdo para perto dos consumidores.

Supondo que o MCI obrigue o Google, por exemplo, a sediar os dados de brasileiros aqui, se você usar o Gmail pra enviar um email à Austrália, o tráfego vai passar fora do país, certo? Isso então não resolve a questão de se impedir que exista alguma ingerência em dados de brasileiros, correto?

Sim. Se todos os países quisessem que o Google deixasse os dados de cada país em cada um, isso seria inviável tecnicamente. É mais ou menos como exigir que todas as companhias telefônicas tenham uma central telefônica internacional em cada cidade, não teria como. É o mesmo caso da ligação direta de todos os pontos, que já comentamos. O que se deve garantir – e aí é uma questão do usuário – é se o provedor de fato tem ética, se o provedor cede à primeira pressão para entregar dados ou se resiste (claro que, quando houver uma ordem judicial, estamos sujeitos a isso). Nesse ponto, acho que o usuário tem algum poder e ele não é desprezível. Quando o Facebook mudou uma política que teoricamente violava a privacidade, todo mundo reclamou e voltaram rapidamente atrás.

No caso do PRISM especificamente, seria muito bom saber especificamente até que ponto houve colaboração e de quem. Dizem que parte dos dados do PRISM veio diretamente de provedores de serviço de internet. Todos alegaram inocência e que só entregaram aquilo que a Justiça mandou entregar. Se foi isso, é um fato da vida. Agora se, de fato, houve colaboração e se eles têm um mecanismo automático de deixar o governo bisbilhotar, aí a questão é muito mais grave e devíamos ser contra.

Voltando para a questão da defesa cibernética e do papel do CGI. O decreto que estabeleceu a chamada Estratégia Nacional de Defesa não menciona o CGI.br, listando atribuições a ministérios e às forças armadas. O senhor acredita que o CGI.br, como uma entidade de grande participação da sociedade civil, deveria ter papel ativo na elaboração desse tipo de política pública?

O CGI.br não é ativo nessa área e nem pode ser ativo, ele é recomendador. O CGI é um órgão de aconselhamento; ele não é um órgão regulador. Então, ele não poderia agir na defesa cibernética mas ele poderia participar dando “boas normas” e ele tem feito isso. O CGI ajudou, por exemplo, na Rio+20 (2012). Ele não participou da defesa da feira mas sim das reuniões sobre isso. O CGI é um modelo internacionalmente aplaudido como multiparticipativo, tem gerado boas resoluções, foi a origem do Marco Civil da Internet. Estranhamente, no Brasil, o CGI tem sido ultimamente muito pouco referenciado. Veja a posição brasileira na reunião da UIT (União Internacional de Telecomunicacões), basicamente a posição da Anatel, que é quem fala sobre telecomunicações. Mas o tema envolveu Internet e eu não me lembro de o CGI ter sido consultado sobre a posição que o Brasil levou (apoio a uma centralização multigovernos e que teve oposição de praticamente toda a Europa e de vários países da América Latina). Sem entrar no mérito desse posicionamento, foi uma posição do órgão regulador de telecomunicações sobre o tema Internet e sem uma consulta maior. No caso do Marco Civil, por exemplo, apesar da origem dele ter sido aqui, hoje a discussão está muito mais centrada na área de governo. Espero que o CGI continue a ser sempre consultado e ouvido.

Qual é a postura do CGI.br em relação ao uso dos recursos de deep packet inspection (DPI), especialmente diante da Recomendação UIT-T Y.2770?

O Brasil assinou em Dubai um padrão da UIT sobre como fazer DPI. É claro que o padrão técnico é uma coisa e o uso do padrão técnico é outra – mas para que fazer isso se nós somos a favor de uma atitude que proteja mais a privacidade? O CGI tem uma resolução contrária a isso, por exemplo, no caso de isso ser explorado por provedores de acesso. O Marco Civil trata disso e bem quando diz que privacidade é muito ligada ao contexto. Então quando você transporta um indivíduo, você não tem que saber o que ele vai fazer lá, você não tem que entrar no mérito de quais são as URLs. Sua função é só jogar ele na rede. As teles podem ter interesse em ter conhecimento dessas informações para eventualmente fazer marketing em cima disso, o que é inadequado. É diferente de um vendedor de livros que tem que saber qual é o seu endereço, tem que saber o que você compra porque ele tem transação comercial com você. Esse não é o caso do provedor de conexão. Ele é apenas o “motorista”; ele tem que te levar até a loja mas não tem que perguntar o que você vai comprar lá ou o qual o prato que você vai pedir no restaurante. Nada disso diz respeito a quem provê seu acesso à rede…

Por fim, como a aprovação do Marco Civil poderia ter contribuído nesse caso? Teria feito alguma diferença se ele já estivesse em vigor?

Pouca diferença do ponto de vista prático. Mas teria feito diferença do ponto de vista principiológico: você teria uma clara noção do que está sendo violado em relação a você. Como eu disse, a lei que criminaliza o roubo, não impede o roubo; quem impede o roubo é a polícia, que fiscaliza se está havendo roubo ou não. Mas você precisa de uma lei dizendo que aquilo é um roubo. O MCI daria um pano de fundo muito importante além de estabelecer esses limites na área de privacidade, que estão muito difusos e todo mundo quer avançar o sinal. É importante estabelecer limites para impedir que o sinal não seja avançado na calada da noite. Por enquanto, isso só tem sido feito de forma pontual. O MCI seria a consolidação desse tratamento não-pontual. Isso não pode ser feito caso a caso.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Multisensorialidade: Tema de livro da UNESP


Docente adota didática inclusiva no ensino de Física
Pesquisador da Unesp aborda a docência da disciplina em turmas formadas por alunos com e sem deficiência visual em livro disponível para download gratuito



Física: livro Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física demonstra que muitos conceitos da disciplina independem da visão

Muitas das estratégias comunicativas utilizadas em sala de aula são, em geral, baseadas em linguagens audiovisuais. Ou seja, para ter acesso às informações, construir conhecimentos e levantar questões, os alunos precisam escutar instruções ditas pelo professor e, simultaneamente, enxergar imagens e materiais variados – característica particularmente marcante no ensino das ciências exatas.

“Tal abordagem pode limitar a aprendizagem de alunos com e sem deficiência visual. A audição e a visão permitem percepções sintéticas (que nos levam a sintetizar o que ouvimos e vemos). Por outro lado, uma abordagem multisensorial, que também considere o tato, viabiliza percepções analíticas que nos fazem construir o todo por meio da análise das partes”, disse Eder Pires de Camargo, professor do Departamento de Física e Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Ilha Solteira (SP), à Agência FAPESP.

Camargo é autor do livro Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física no qual demonstra que muitos conceitos da disciplina independem da visão. O livro está disponível para download gratuito no site da editora da UNESP. - www.unesp.br -



“Tomemos como exemplo a óptica, comumente associada à capacidade de ver para entender. Um cego de nascimento não fará construções visuais sobre as cores, não pensará no azul ou no amarelo. Mas pode construir significados sobre uma série de outros conceitos, como o comportamento da luz sob a forma de partículas ou ondas, trajetórias e refração, desde que se crie canais de comunicação para tanto”, afirmou Camargo.

Para construir esses canais bastam, muitas vezes, materiais simples e de baixo custo, como barbantes, arames, placas de isopor e massa para espaguete. No livro de Camargo, materiais assim dão forma, por exemplo, a maquetes sobre dispersão de luz, câmara escura e reflexão regular e difusa.

Contudo, para lançar mão do que o autor chama de linguagem semântico-sensorial – trabalhar o significado das palavras com percepções e sensações que vão além do som e da imagem – e, assim, incluir todos os alunos nas atividades de Física, é essencial que os professores detenham certos saberes.

com Agência Fapesp

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Brasil recebe a TV que flutua


Philips DesignLine: TV que “flutua” chega em outubro

A TV Philips DesignLine, que chega às lojas em outubro, poderia ser mais um modelo convencional com tela grande. Mas não é.

O modelo, com recurso de iluminação Ambilight (essa clássica luz colorida da Philips que acompanha a imagem) nas laterais e no topo da tela de 55″ com resolução Full HD / 3D ativo / taxa de atualização de 1.400Hz, parece flutuar (mesmo) no ar quando visto em um ambiente escuro ou de longe.

Também poderia ser uma simples TV conectada, com um monte de lojas de vídeo (Netflix, Sunday TV e outros aplicativos de entretenimento e diversão. Tem ainda Wi-Fi Direct/Miracast para espelhamento de conteúdo de smartphones e tablets. 



Mas voltando ao design, essa TV foi projetada para ficar próxima ao chão – ou melhor, apoiada nele – e é isso que faz a diferença no visual “flutuante” do produto. A Philips chama isso de design “folha de vidro”.

O segredo está na base: toda a tela fica sob uma estrutura de vidro, com um gradiente que vai escurecendo conforme fica mais próximo do painel LED. Mas não está encostada na parede: tem uma estrutura fixa de apoio para evitar quedas

Caso você não tenha coragem de colocar uma TV com preço sugerido de R$ 9.999 no assoalho de casa, pode usar pés de borracha (incluídos na caixa) ou pendurar a TV na parede (o mais óbvio para quem tem crianças, bichos ou parentes desastrados que chutam móveis aleatoriamente). E os cabos de energia, HDMI e outros ficam escondidos nesse tubo metálico maleável que sai da tela.



Com 41,4 mm de espessura, não é dos modelos mais finos do mercado (pra mim, uma das grandes bobagens do mercado de TVs, já que a televisão vai ficar encostada na parede na maioria dos casos e nem dá para perceber que ela é tão fina assim).

O controle remoto acompanha o design das bordas da TV, com acabamento em cinza metálico. O legal do controle é que ele tem um teclado embutido na sua parte traseira.

O mais interessante dessa nova geração de TVs inteligentes é que os fabricantes finalmente perceberam que o 3D não é aquela promessa de alguns anos atrás (e já virou só mais um recurso, mas não o principal ponto de venda) e que os recursos de aplicativos conectados depende mesmo de fontes de vídeo – como Netflix, por exemplo – para fazer com que o consumidor aproveite mesmo o recurso. Afinal, quem vai jogar damas na tela da TV?

Ah, um comentário bacana feito por Rod White, chefe de design de TVs da TP Vision/Philips, é que em breve as TVs conectadas da marca com Ambilight vão começar a se integrar com as as lâmpadas conectadas Hue da Philips. 


 

Jovens acessando Internet no banheiro

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mercado esquenta com a perspectiva de venda de torres e antenas para TV Digital

Infra-estrutura de torres e equipamentos dao fôlego ao mercado

A interiorização da digitalização, intensificada pelo processo de desligamento do sinal analógico, está aquecendo o mercado dos fornecedores de equipamentos para broadcast.

“A produção de antenas de transmissão de sinal digital está a todo o vapor. Estamos contratando funcionários e trabalhando em mais turnos”, diz Marcelo Zamot, gerente de vendas da Ideal Antenas. Segundo ele, o aumento de demanda está sendo causado pelo processo de interiorização do sinal digital. “As cabeças de rede já estão digitalizadas, e agora estão expandindo a tecnologia para suas geradoras e repetidoras no interior”, conclui.



“Estamos vivenciando um crescimento do mercado ano a ano”, diz Sérgio Constantino, gerente de vendas para o mercado broadcast da Panasonic. Segundo ele, essa tendência deve manter-se nos próximos anos. O motivo seria a demanda das geradoras de pequeno e médio porte por equipamentos de captação e gerenciamento de conteúdo digital. “Tanto para jornalismo quanto para produção em estúdio, essas geradoras estão procurando aparelhos para captação digital e também toda infraestrutura de switchers e demais equipamentos”, diz.

“A tendência que vemos no mercado agora é uma necessidade de digitalização e HD nas filiadas, principalmente as que ainda trabalham com analógico”, diz Luis Fabichak, gerente de marketing da Sony. “É preciso adaptar o custo dependendo do tamanho da afiliada”.





Na aquisição de equipamentos de captação HD para jornalismo, o executivo diz que muitas afiliadas adotam aparelhos com sistema de memória, mais prático e também mais custoso que o modelo XDCAM, que trabalha com discos ópticos e foi adotado por grandes emissoras como a globo, por exemplo. “Isso acontece porque a produção local do jornalismo geralmente é em larga escala. Em grande escala a XDCAM faz mais sentido”, diz. A demanda por unidades móveis digitais e HD também tem crescido entre as afiliadas regionais, de acordo com o executivo.

De acordo com Zamot, a demanda por antenas de transmissão digital aumentou sensivelmente com o estabelecimento de prazos para o desligamento do sinal analógico.“Antes ligávamos e geralmente levava meses para termos uma resposta. Hoje quando ligamos para o cliente ele já tem um projeto e fala que já está nos mandando o pedido”, diz. “Agora, cabe a nós, empresas, nos organizarmos para atender essa demanda e aproveitar esse momento”, completa.



“Com o prazo estabelecido para o switch off, pressiona-se para que os investimentos sejam feitos dentro desse período”, diz Constantino. “Podemos dizer que liberou uma demanda que já existia mas estava contida. Conforme as empresas investem em transmissão digital, elas começam também a investir no seu parque de equipamentos”.

Já para Fabichak, a demanda das afiliadas é principalmente resultado de uma necessidade natural de evoluir a tecnologia. “Conforme elas acumulam dinheiro para investir, naturalmente vão atualizar sua tecnologia”, diz.

44% dos jovens de 10 a 19 anos usam videogame

Quase metade dos jovens de 10 a 19 anos têm videogame

Segundo pesquisa da empresa Ipsos, 44% dos jovens entre 10 e 19 anos têm videogame, índice que passa para 33% entre adultos de 20 a 29 anos 

Gamers jogando Battlefield 4 durante a feira E3 em Los Angeles, Califórnia
Gus Ruelas/Reuters
Games: tempo médio gasto por semana pelos brasileiros com videogames passou de três horas e sete minutos, em 2008, para quatro horas e treze minutos, em 2012
Pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela empresa Ipsos mostrou que 44 por cento dos jovens entre 10 e 19 anos têm videogame, índice que passa para 33 por cento entre adultos de 20 a 29 anos e para 32 por cento entre os de 30 a 39 anos.
A pesquisa, feita em parceria com a Estudos Marplan EGM, mostrou que 29 por cento dos entrevistados com idade entre 40 e 49 anos também têm videogame, enquanto esse índice cai para 16 por cento entre aqueles com mais de 50 anos.
De acordo com a pesquisa, realizada em nove regiões metropolitanas do país de janeiro de 2008 a dezembro de 2012, o número de pessoas que possuem esses eletrônicos cresceu de 27 por cento para 30 por cento em cinco anos.

O índice de videogames que se conectam à TV caiu de 27 por cento, em 2008, para 9 por cento, em 2012, enquanto o índice de aparelhos portáteis subiu de 5 por cento para 31 por cento no mesmo período.
O tempo médio gasto por semana pelos brasileiros com videogames passou de três horas e sete minutos, em 2008, para quatro horas e treze minutos, em 2012.
Quarenta e dois por cento dos entrevistados das classes A e B possuem videogames, afirmou a pesquisa, número que passa para 26 por cento na classe C e 9 por cento nas classes D e E.
"Apesar de o consumo de videogame apresentar índices mais altos entre os jovens, percebemos que ele está presente na vida de pessoas de todas as faixas etárias", disse em comunicado o diretor de contas da Ipsos MediaCT, Diego Oliveira, em comunicado.
com: Reuters

domingo, 25 de agosto de 2013

Ônibus de transporte urbano começam a ter TV Digital

Climatizado e com TV digital, ônibus cobram R$ 3,00 por tarifa no Amapá

Ônibus climatizado com TV Digital da linha intermunicipal Macapá-Santana (Foto: Maiara Pires/G1)
Nos demais veículos intermunicipais, passagem custa R$ 2,35.
Ônibus também são rastreados por GPS.

Dois ônibus intermunicipais que fazem a linha Macapa - Santana foram adaptados com ar-condicionado e TV digital. Eles são utilizados como projeto piloto do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Amapa (Setap). Pelas regalias, o usuário pagará R$ 0,65 a mais no preço da passagem, estabelecido em R$ 3.

"Os custos para mantê-los rodando são maiores, a exemplo do consumo de mais combustível", justificou o diretor operacional do sindicato, Artur Sotão. Nos demais veículos da linha intermunicipal, a tarifa cobrada é de R$ 2,35. Atualmente, 24 ônibus fazem o percurso Macapá - Santana.

Os veículos adaptados, que já estão circulando, são das empresas Siãothur e Viação Macapá.

Wesley de Souza, 26 anos, mora no bairro Central do município de Santana a 17 quilômetros de Macapá. Ele trabalha como consultor de atendimento na capital amapaense e diz que prefere pagar R$ 0,65 a mais pelo transporte.

"Eu dispensaria a TV digital para vir todos os dias sentado e no ar condicionado", opinou, referindo-se ao calor que diz sentir em outros ônibus da linha, principalmente em horários de pico. O usuário também apontou diferença na estrutura dos veículos. "Quem dera que todos tivessem esse conforto", comentou.


Cadeira quebrada em um dos ônibus(Foto: Maiara Pires/G1)

O conforto a que se refere o consultor de atendimento diz respeito às cortinas dispostas nas janelas dos ônibus, que protejem os passageiros do sol, e ainda, aos bancos estofados, embora alguns apresentem desgaste por tempo de uso. "Essa (poltrona) já está quebrada", apontou um funcionário de uma das empresas de ônibus, mostrando uma poltrona vazia.

O diretor operacional do Setap disse que em breve, a frota das referidas linhas será renovada.

A estudante universitária Hanna Tavares, 22 anos, também preferiu pagar R$ 3,00 ao apanhar o ônibus em Macapá para ir para casa, no bairro Paraíso, em Santana. Ela lembrou, porém, que não pode utilizar o transporte diariamente.



Universitária Hanna Tavares, 22 anos, lamenta não
poder pagar todos os dias pelo transporte
(Foto: Maiara Pires/G1)

"Não tenho condições de pagar todos os dias R$ 6,00 (ida e volta). Esporadicamente, ainda dá", disse a estudante, que é acadêmica na Universidade Estadual do Amapá (Ueap), localizada em Macapá. Hanna Tavares só tem direito a pagar meia-passagem nos ônibus que cobram R$ 2,35.

A proposta do Setap, segundo informou Sotão, é transmitir pela TV digital campanhas educativas.
A utilização de GPS é uma tecnologia já consolidada em todos os ônibus que operam as linhas Macapá-Santana. No perímetro urbano da capital amapaense, a utilização está em fase de teste nas linhas Fortaleza e Vale Verde, segundo o Setap.

Com a tecnologia, é possível rastrear os veículos e em caso de assalto ou acidente, o Centro de Controle Operacional (CCO) do Setap pode ser acionado imediatamente pelo motorista.

"Pretendemos disponibilizar para a população um aplicativo que permitirá acessar pelo próprio aparelho de celular os horários e o itinerário das linhas. Assim, o usuário poderá saber quanto tempo a linha vai demorar a passar ao chegar ao ponto de ônibus", adiantou Sótão. Ele acrescentou que um projeto está sendo estudado para garantir acesso à internet nos coletivos.


Ônibus executivo da empresa Siãothur operando na linha Macapá-Santana (Foto: Maiara Pires/G1)

TV Oled chega ao mercado. Preco e salgado


Nova TV oled de tela curva da LG será lançada esta semana
Nova aposta da companhia será lançada no mercado alemão a um preço de € 8.999



Estande da LG exibindo televisões OLED de tela curva no World IT Show, em Seul


 O gigante sul-coreano da eletrônica LG Eletronics começará a comercializar sua nova televisão oled de tela curva esta semana, informou a empresa em comunicado.

Esta nova aposta tecnológica, que conta com uma tela de 55 polegadas, será lançada no mercado alemão a um preço de 8.999 euros, e irá entrando progressivamente nos outros países da zona do euro.

'Com esta nova geração em tecnologia de telas e o design curvo ultra fino, nossa oled TV representa o começo de uma nova era para o entretenimento no lar', detalhou Lee In-kyu, vice-presidente da divisão de televisores da firma sul-coreana.



Segundo os analistas da DisplaySearch, o mercado das telas oled na Europa será de 30% do total até 2017, enquanto estima que este ano serão vendidas 130 mil unidades e sua venda disparará para 27 milhões de televisores até 2018.

As telas de oled (diodos orgânicos emissores de luz) são capazes de oferecer um design muito mais fino e imagens com cores mais vivas em comparação com a geração anterior de telas LCD de cristal líquido, ao não requerer luz de fundo.



Além disso, com a curvatura da tela se consegue eliminar o problema de ajuste entre a imagem e a forma do televisor, alcançando uma resolução mais nítida, segundo detalharam especialistas 




sábado, 24 de agosto de 2013

Falta de arquivo indica que o Brasil nao tera memoria da WEB


Brasil nao arquiva seus dados e nao tera memoria da WEB
Brasil não preserva sua web, enquanto alguns países avançam no arquivamento digital


Atestado de nascimento do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal foi preservada durante mais de 500 anos em lugares diferentes. Atualmente arquivada na Torre do Tombo, sede do Arquivo Nacional de Portugal, a carta de 1.500 está acessivel digitalmente a qualquer interessado, em qualquer lugar do mundo. Cinco séculos depois, numa era onde tudo se converge para a internet, qual a garantia que os conteúdos produzidos originalmente em formato digital estarão disponíveis para as gerações futuras? No momento, nenhuma.

Com 20 anos de internet, o Brasil ainda não conta com nenhuma instituição, legislação, diretriz ou esforço que garanta que conteúdos produzidos na web sejam vistos como patrimônio cultural e, assim, coletados, catalogados e armazenados. Símbolo da relevância digital deste começo de século 21, a memória das recentes manifestações de junho, paradoxalmente, só está garantida nos formatos impressos. 

Pela natureza efêmera da internet, sites desaparecem ou são atualizados frequentemente. O apagão da memória da internet já pode ser sentido. Dificilmente seria possível contar a história e analisar as eleições presidenciais a partir dos sites dos candidatos. Desde 1998, já se foram quatro eleições presidenciais com a presença da internet e nada foi coletado e sistematizado.

O problema não é só do Brasil. Poucos países têm política ou instituições voltadas para o arquivamento web. Algumas iniciativas tem sido tomadas para minimizar o apagão. A mais antiga delas é o Internet Archive, de 1996. Através do Waybackmachine a instituição tem armazenado 347 bilhões de URLs de cerca de 40 países, inclusive o Brasil com 2,5 bilhões de capturas. No fim de 2012, o conteúdo total representava 10 petabytes, informa Kristine Hanna, diretora do Internet Archive, em entrevista ao Estadão Acervo. Em 1996, foi a vez da Austrália coletar o conteúdo produzido e que fazia referência ao país. O exemplo foi seguido pela Suécia, no ano seguinte. Hoje, as instituições pioneiras estão reunidas no Consórcio Internacional de Preservação da Internet, (IIPC na sigla em inglês).

Fundado em 2003, o IIPC é uma organização virtual, colaborativa, descentralizada, como a internet. Como informa o site ele atua na construção de tecnologias e conhecimento para o novo desafio de armazenar sistematicamente o mar de informações produzidos na web. O Consórcio reúne cerca de 40 instituições (bibliotecas, arquivos, Internet Archive) de 30 países - nenhum da América Latina. A sua missão é coletar, preservar e tornar acessível o conteúdo da internet para as futuras gerações.

A quantidade enorme de sites arquivados, e o tempo que o Waybackmachine tem atuado, pode causar uma sensação de conforto. Mas o projeto do Internet Archive tem suas limitações e não é possível depositar nele a memória da rede. O critério de armazenamento são os sites mais populares, e por questões de direitos autorais dos EUA, o Waybackmachine só existe porque é uma organização sem fins lucrativos. As leis de copyright americanas não permitem o armazenamento de conteúdo, mesmo o da internet.

Se o IIPC tem o objetivo comum preservar a web e desenvolver ferramentas comuns, cada membro tem atuado de maneira distinta. Em contraposição ao modelo americano, a França foi o primeiro país a tratar o arquivamento web como questão de Estado e o conteúdo da internet como patrimônio cultural.



Página da Casa Branca de 21 de março de 2003. Coleção "Guerra do Iraque" da Biblioteca do Congresso

Utilizando a figura jurídica do depósito legal, na qual todo produtor de conteúdo cultural (livro, jornal, disco, cd, dvd, software etc) deve entregar uma cópia à Biblioteca Nacional Francesa, em 2006 também foi incluído na lei a internet francesa. Outros países seguiram o exemplo, entre eles Dinamarqua e Espanha.

O Depósito Legal foi instituído na França em 1537 pelo rei Francisco I (1494-1547) como resposta a outra revolução que foi o surgimento da prensa. Da mesma maneira que acontece hoje com a internet, a prensa derramou uma quantidade enorme de documentos. E para guardar a memória e saber tudo o que se publicava, a Biblioteca Real - hoje Biblioteca Nacional Francesa - devia ter um exemplar de cada impresso produzido no reino. No Brasil o depósito legal existe desde 1825, mas o envio da produção digital não se adaptou aos novos tempos, "vale observar que a legislação disciplina que tudo que seja publicado no país deva ser enviado à Biblioteca, não especificando o suporte; portanto, em tese, deveríamos receber tudo o que é produzido digitalmente também", informa por e-mail, Luciana Grings, da Biblioteca Nacional. "A grande dificuldade tem sido adaptar o depósito de material digital ao fato de que a lei não está regulamentada e que ainda não temos a capacidade de armazenamento que esta ação demanda", completa a bibliotecária.

Com a adaptação da lei francesa, todo o domínio '.fr' e tudo o que se produz sobre a França por força da lei deve ser coletado e armazenado. E a Biblioteca Nacional Francesa, depositária legal do conteúdo produzido no pais, é a responsável pela coleta e arquivamento do conteudo WEB. Mesmo sem a obrigação legal, desde 2006 a BnF vem arquivando sua web. Hoje, são 20 bilhões de URLs ocupando 370 Terabytes.



Direitos autorais. Assim como no caso de outras mídias, o depósito legal não significa a supressão dos direitos autorais. Daí um paradoxo: para se consultar o conteúdo web francês é necessário ir à BnF. Em breve, “os arquivos departamentais de Cayenne, capital da Guiana Francesa, também darão acesso. Portanto os arquivos da web francesa estarão justamente ao lado do Brasil”, brinca Clement Ourychefe do Depósito Legal Digital da BnF em entrevista aoEstadão Acervo.

Coleta e análise. Além da coleta por domínio, por exemplo '.fr', '.br', ou por mais populares como é feito pelo Waybackmachine, muitas instituições adotaram o arquivamento por assunto. A criação de 'coleções', como também é conhecido o processo, nada mais é aquilo os arquivos sempre fizeram quando criam pastas, seja de assuntos ou personalidades. Na França, a seleção de conteúdo é descentralizada. Cada biblioteca regional pode indicar um assunto que considera relevante para que a BnF faça a captura. Os responsáveis pela aquisição de livros na BnF também são outros profissionais que indicam quais assuntos devem ser arquivados.

Massa de dados. Ainda segundo Oury, que também é tesoureiro do IIPC, os desafios de hoje no arquivamento web é indexar a massa de informação. Atualmente é nem tudo é possível pesquisar por palavras-chave. Em quase todas as instituições que disponibilizam pesquisa on-line é necessário entrar com o endereço. No caso das coleções frequentemente as páginas são indexadas por assunto, autor ou fonte. É o caso das diversas coleções da Biblioteca do Congresso Americano. Quando existe indexação surge uma nova possibilidade de pesquisa, "o pesquisador que trabalha com web não quer apenas achar sites antigos para ler, ele quer também a possibilidade de fazer uma cartografia dos sites. Por exemplo, ele quer analisar vários sites de política saber qual deles tem ligações com outros sites de política", explica Oury.


com www.agenciaestado.com.br / texto: Carlos Eduardo Entini

Iniciativa popular leva ao Congresso proposta de lei dos meios


Congresso recebe proposta que regulamenta meios de comunicação 
O texto, proposto por meio de iniciativa popular, terá de reunir cerca de 1,3 milhão assinaturas para ser validado e tramitar no Congresso 


Televisão: proposta proibe a concessão de meios de comunicação a pessoas com cargo eletivo, como deputados, e a grupos ligados a igrejas.

A proposta de Projeto de Lei (PL) que regulamenta o funcionamento de meios de comunicacao, conhecida como Lei da Mídia Democrática, foi lançada hoje (22), na Câmara dos Deputados. O texto, proposto por meio de iniciativa popular, terá de reunir cerca de 1,3 milhão assinaturas para ser validado e tramitar no Congresso. Os nomes já começaram a ser colhidos.

De acordo com a proposta, caso chegue a entrar em vigor, fica proibida a concessão de meios de comunicação a pessoas com cargo eletivo – como deputados e senadores – e a grupos ligados a igrejas. Também é vedada a manutenção de mais de cinco canais de comunicação a uma mesma empresa.


O objetivo da medida é regulamentar artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Caso o texto proposto seja aprovado, as novas normas valem para atuação de meios de comunicação social, não produzidos por usuários, em diversos meios – rádio e TV abertas, rádio e TV digitais e webTV.

Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), a proposta de iniciativa popular é o resultado de um amplo debate ao longo dos anos. “Esse PL vêm de encontro à legitimidade e à representatividade das forças mais comprometidas com uma reforma estrutural importante, que é a reforma dos meios de comunicação”, explicou a deputada. Para ela, o debate que será lançado à sociedade será o resultado mais importante da medida.


Além das limitações às concessões, a proposta proíbe o aluguel de espaços da grade de programação – o que ocorre com frequência, atualmente – e a transferência de licença.

O texto também regulamenta o que são os três sistemas de comunicação estabelecidos pela Constituição: o privado, o público e o estatal. O privado é o sistema de propriedade privada de natureza institucional e formato de gestão restritos; o público, que tem caráter público ou associativo, gerido de forma participativa, com a possibilidade de acesso dos cidadãos e estruturas submetidas a regras democráticas; e o estatal – responsável por transmitir os atos dos Três Poderes e de instituições vinculadas ao Estado.



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Facebook quer Internet em todo planeta. Será?


Facebook quer colocar Internet em todo planeta. Porque será?
Empresas de tecnologia como Google e Facebook querem levar internet para todo o planeta. O que está por trás dessa iniciativa ambiciosa?



Facebook: depois de o Google lançar um projeto que leva internet para áreas remotas do planeta por meio de balões, chegou a vez da rede social de Mark Zuckerberg

Não faltam motivos para acreditar que a internet é um direito humano. A internet transforma a socialização. Como nos conectaríamos com amigos e familiares virtualmente sem ela? A internet alimenta mobilizações populares. O que seria dos protestos que tomaram conta das ruas do Brasil em junho sem ela? A internet permite o surgimento de novos empreendedores. Quantos empregos deixariam de ser gerados sem ela?

A internet torna as relações entre empresas e clientes mais transparentes. O que seria do atendimento ao consumidor sem ela? A internet aumenta o acesso à informação. Como saberíamos que a nossa privacidade é violada por governos sem ela? A internet ajuda a derrubar ditadores. O que seria da Primavera Árabe sem ela?



Em nome desse direito, defendido pela ONU, gigantes do mundo da tecnologia têm investido pesado em iniciativas que pretendem tornar o mundo mais conectado. Depois de o Google lançar um projeto que leva internet para áreas remotas do planeta por meio de 3 balões chegou a vez do Facebook.

Na semana passada, Mark Zuckerberg, criador da maior mídia social da atualidade, anunciou o projeto Internet.org, em parceria com empresas como Nokia, Qualcomm, Samsung e Ericsson. O objetivo principal: reduzir os custos do acesso à rede em nações em desenvolvimento. “Atualmente, dois terços da população mundial não têm acesso à internet. Imagine um mundo onde todos nós podemos estar conectados”,dises Zuckerberg

Essas boas intenções, porém, despertam algumas dúvidas. Além da crença de que a internet é um direito humano, o que motiva as empresas de tecnologia a promover iniciativas do tipo? A principal razão é a busca por novos mercados. Não é de hoje que essas organizações, obrigadas a prestar contas aos investidores de Wall Street, estão sendo pressionadas a aumentar suas bases de usuários fora de mercados saturados como Estados Unidos e Europa.


Ingressar com força em países da Ásia, África e América Latina é o próximo passo obrigatório que Zuckerberg e companhia devem tomar para crescer. Antes disso, é preciso levar internet a esses lugares. O novo Internet.org pretende fazê-lo investindo em ferramentas que aprimorem a transmissão e reduzam o custo do fornecimento de dados.