quinta-feira, 31 de julho de 2014

Vendas pela internet no Brasil somam R$ 16 bilhões no 1º semestre

Vendas pela internet no Brasil somam R$ 16 bilhões no 1º semestre

com 

No primeiro semestre de 2014, o comércio eletrônico brasileiro registrou faturamento de R$ 16 bilhões, alta de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Até o final do ano, a previsão é atingir receita de R$ 35 bilhões, resultado 21% superior ao de 2013, alcançando 104 milhões de pedidos.Estes são alguns dos principais dados do 30º relatório WebShoppers, divulgado hoje pela empresa E-bit.
 
O e-commerce está conseguindo atrair cada vez mais o consumidor brasileiro, que se mostra mais e mais interessado em aproveitar as facilidades e os atrativos oferecidos por este canal”, afirma o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti. “Promoções, variedade de produtos, entrega em casa e com frete grátis, além do poder de decisão da compra pela pesquisa em diversas lojas virtuais e a mobilidade são alguns dos fatores que vêm contribuindo para que o consumidor feche a compra pela Internet”, acrescenta.
 
Nos seis primeiros meses do ano, o número de pedidos chegou a 48,17 milhões contra 35,54 milhões no mesmo período de 2013. Já o tíquete médio ficou em R$ 333,40. Um dos fatores responsáveis por este crescimento nas vendas é, segundo o relatório, a entrada de novos consumidores no varejo online, que, até junho, foi de 5,06 milhões. 

No total, 25,05 milhões de consumidores fizeram compras pela web no primeiro semestre. Até o final de 2014, a E-bit prevê que as lojas online brasileiras alcancem 63 milhões de consumidores únicos, que já realizaram pelo menos uma compra pela Internet.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Brasil, entre os que mais consomem vídeos pelo You Tube

Estão no Brasil as pessoas que mais consomem vídeos do YouTube, segundo a gerente de parcerias estratégicas do site, Amy Singer, que esteve no Brasil durante o 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.

A executiva não especificou de quanto conteúdo falava, mas revelou que a cada minuto o YouTube é responsável pelo upload de 100 horas de vídeo para a internet.

Conforme noticiado pela EFE, parte do aumento na quantidade de material publicado se deve a parcerias que o YouTube tem fechado com canais informativos, a exemplo do Vice News, da Vice Media, que inclusive está formando uma equipe no Brasil.

É um dos canais que estão fazendo sucesso, segundo Amy, porque ele compreende que as pessoas preferem conteúdo mais próximo e menos editado. "Este novo canal está crescendo mais rapidamente porque abarca um conceito de 'não barreiras', novos formatos e nova maneira de interagir com as pessoas", comentou.

Sterling Proffer, representante da Vice, opinou que a internet vive o período "Face News", com as pessoas se informando pela linha do tempo do Facebook, e não pelos jornais impressos ou seus respectivos sites.

 E que há muitas fontes de conteúdo: "As pessoas escolhem um buffet self-service de notícias, em que servem-se de uma coletânea de notícias de fontes diferentes."

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Integração de serviços e plataformas de telecomunicações. Vamos planejar?






Se nos pensássemos numa politica de comunicação integrada onde tivéssemos pontuados a estratégica de implantação de back holes ( pontos de distribuição de trafego de banda larga ), de ultima milha através dos serviços de médios e pequenos provedores, somados aos esforços do programa das cidades digitais e politica de disseminação de pontos de WI-FI gratuitos em parques, prédios públicos e ao longo das estradas estaríamos nos ombreando as politicas que hoje se constroem e se aplicam nos países de primeiro mundo onde a remuneração dos investimentos de infraestrutura se dá pelos serviços.

 Esta é a razão pela qual empresas de sistemas integrados de armazenamento, distribuição, desenvolvimento, manufatura e transporte estão levando de roldão as concorrentes ao oferecer esta gama de serviços integrados. Estou me referindo, obviamente,  às gigantes Google, Apple e Microsoft que vem envidando esforços para que todos elementos desta cadeia estejam presentes na relação com os consumidores, agora elevados a condição de decisores no processo de oferta e demanda, num processo conhecido como comportamento disruptivo. 

Hoje é possível medir a força avassaladora destes investimentos quando testes em regiões do meio oeste estadunidense comprovaram a eficiência da logística da Google ao prover as cidades de Kansas City e Oklahoma City de redes de fibras óticas e entregar seus serviços para recepção em seus próprios dispositivos como o Google TV.



Fica evidente a tendencia do maior e mais estruturado mercado de informação do mundo, os EUA, em concentrar nestas grandes corporações toda a instrumentação de oferta dos serviços de comunicação digital, especialmente com a transmissão de videos por demanda ou pela plataforma Over the Top.

A estratégia e os planos para um politica de comunicação que possa fazer frente as necessidade de universalização e massificação dos serviços de internet de alta velocidade baseada nos conceitos de integração de plataformas e na oferta de produtos digitais deve garantir que dados e audiovisuais possam chegar ao cidadão com maior oferta de banda e com preços mais acessíveis.   

Isto só será possível com uma Telebrás que possa integrar serviços influenciando diretamente a politica de telecomunicações brasileira na aplicação de conceito de bits/hora mais competitivos entre as empresas, no desenvolvimento e produção de novas tecnologias que acompanhem as inovações globais e com a  formação indispensável de técnicos que possam ter a chance de estudar em centros de tecnologia de ponta em países amigos.



E, claro, com as obrigações inscritas no PGMA e PGMU não há razão para os investimentos não acontecerem à altura das demandas da sociedade brasileira. Afinal, somos um mercado de respeito e que , em alguns casos, responde pela maior fatia do faturamento global das empresas internacionais de telecomunicações radicadas no Brasil 

Celular funciona sem depender de sinal de rede. Sera verdade?

Celulares que funcionam sem depender de sinal de red. E possível? 


Dois irmãos brasileiros que moram nos Estados Unidos lançaram um dispositivo capaz de fazer o celular funcionar em condições adversas, sem depender do sinal telefônico ou da internet - nem o "modo avião" é obstáculo.
É a goTenna, que se conecta ao aparelho via Bluetooth e é controlada por um aplicativo disponível para Android e iOS. Ela usa ondas longas de rádio (de 151 a 154 MHz) para estabelecer uma comunicação entre duas pessoas - por isso o dispositivo é vendido em pares.
O aparelho tem um alcance de 80,4 km e pode ser usado, por exemplo, em florestas, praias, ilhas ou em grandes eventos que costumam congestionar as operadoras por causa do excesso de acessos.

É possível enviar e receber mensagens gratuitamente, além de compartilhar a localização em um mapa offline, seja entre duas pessoas ou em grupo, tudo criptografado e com função de autodestruição que mantém a comunicação privada.
A goTenna é ideia de Daniela e Jorge Perdomo, que pensaram no produto após verem os estragos causados pelo furacão Sandy, que em outubro de 2012 deixou milhões de pessoas sem comunicações ao longo de dez Estados dos EUA.
Como está em fase de pré-venda, o produto é vendido por US$ 150, valor que subirá em breve para US$ 300. 

com olhar digital

quinta-feira, 17 de julho de 2014

BRASIL 4D da EBC recebe hoje o Premio Frida

BRASIL 4D/EBC RECEBE HOJE O PREMIO FRIDA 2014

O projeto Brasil 4D recebe hoje o prêmio FRIDA - Fundo Regional para a Inovação Digital na América Latina e o Caribe (programafrida.net), na categoria Criação e desenvolvimento de capacidades e conteúdos para o Desenvolvimento Humano Sustentável.

A premiação acontece durante o Fórum Latino-americano de Governança da Internet – LACIGF, que acontece em San Salvador (El Salvador), das 21h30 às 22h30, horário de Brasília, com transmissão ao vivo pelo endereço: www.lacigf.org/pt/lacigf7/. André Barbosa Filho, coordenador geral do projeto Brasil 4D e chefe da assessoria da presidência, representa a EBC no evento.

O LACIGF é um dos eventos mais importantes da comunidade web da América Latina e Caribe, preparatória para o Fórum de Governança da Internet, que acontecera em Istambul, de 2 a 5 de setembro de 2014. 

Este é o terceiro prêmio concedido ao Brasil 4D, o segundo internacional, e o primeiro FRIDA destinado a uma emissora de TV. O prêmio é concedido pelo LACNIC (Registro de Endereçamento da Internet para a América Latina e o Caribe), com o apoio do IDRC (Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento), da ISOC (Internet Society) e da Agência Sueca de Cooperação Internacional (SIDA).


Maiores informações no site http://www.lacigf.org/

terça-feira, 15 de julho de 2014

CONVERSOR VAI USAR FORÇA DA TV PARA LEVAR BANDA LARGA À BAIXA RENDA.

ENTREVISTAS

CONVERSOR VAI USAR FORÇA DA TV PARA LEVAR BANDA LARGA À BAIXA RENDA,
AFIRMA BARBOSA

André Barbosa, superintendente de suporte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), afirma que conversor que será distribuído para inscritos no Bolsa Família criará a possibilidade de levar a banda larga para pessoas carentes, usando a penetração da TV. Para ele, todos podem ganhar com isso. Basta estabelecer modelos de negócios compatíveis com a renda dessas famílias. " A gente vai avançando para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra [óptica], uma internet fixa, usar o canal retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, usar novo modelo de negócio – acho que isso é importantíssimo e foi a Oi a primeira a ver isso – como uma nova fonte de renda para as operadoras, assim como para a radiodifusão", assinala.

 
Lúcia Berbert LÚCIA BERBERT — 15 DE JULHO DE 2014

André Barbosa Filho, superintendente de Suporte da TV pública EBC

André Barbosa, superintendente de Suporte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), afirma que conversor que será distribuído para inscritos no Bolsa Família criará a possibilidade de levar a banda larga para pessoas carentes, usando a penetração da TV. Para ele, todos podem ganhar com isso. Basta estabelecer modelos de negócios compatíveis com a renda dessas famílias. A “caixinha” não é só para TV, é uma “caixinha” integradora, midiacenter. E o Ministério das Comunicações e a Anatel encontraram uma boa solução ao indicar um conversor semelhante para ser distribuído com as famílias de baixa renda, de uma caixinha que possa permitir, no futuro, do Plano Nacional de Banda Larga [PNBL] com o plano de migração da TV digital. “E, com isso, a gente vai avançando para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra [óptica], uma internet fixa, usar o canal retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, usar novo modelo de negócio – acho que isso é importantíssimo e foi a Oi a primeira a ver isso – como uma nova fonte de renda para as operadoras, assim como para a radiodifusão”, assinala.



Tele.Síntese- O Ministério das Comunicações estabeleceu que o conversor de TV digital, que será distribuído para as pessoas inscritas no Bolsa Família, terá o Ginga e permitirá acesso a outros serviços via banda larga móvel, nos moldes do que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vem testando. Isso é viável?

André Barbosa – A base de tudo isso está no desenvolvimento do Ginga completo, o Ginga full, porque o que foi proposto inicialmente, pela norma da ABNT não levou em conta a totalidade do middleware. A indústria fatiou e colocou o Ginga 1.0 por interesse dela. Como é uma plataforma que trabalha tanto por IP como por processo, se privilegiou a TV conectada, com o apoio do Fórum Brasileiro da TV Digital, que deveria trabalhar para trazer os benefícios da interatividade e da conectividade. Agora, depois de certo tempo, conseguimos comprovar a possibilidade de uso, privilegiando os serviços públicos, daquilo que se chama de Ginga C ou 3.0. Ele  tem alguns protocolos que permitem a interatividade, vídeos dinâmicos e uma série de leituras de mídias previstas para utilizarem a linguagem IP convergida com a DTS, que é a linguagem de televisão.

Isso no mundo nunca foi desenvolvido, não que os países como Itália, que chegou bastante longe, a França e até a Alemanha, não tivessem capacidade, não é isso que estou dizendo. O que eu digo é que esses países não tiveram interesse por causa de outros serviços que consideram prioritários, como a banda larga. Isso também está sendo discutido no mundo, porque o broadcasting está sendo visto de outra maneira hoje, não só como aquela televisão linear como acontece hoje, mas usado para outras formas de plataformas digitais que estão se construindo modelos no mundo, por broadcasting.

De qualquer maneira, para o panorama brasileiro faltava desenvolver um teste de conceito e a gente fez isto com o Brasil 4D. Depois de testar em 50 casas esse conversor em Samambaia, no DF, vamos agora para 350 casas na Ceilândia. E mais, a gente está fechando com a Codab [Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal] um acordo para licitar 30 mil unidades com “caixinhas” do Brasil 4D para serviços públicos.

Tele.Síntese- Qual é a configuração desse conversor ou “caixinha”?

Barbosa – O perfil técnico dessa “caixinha” prevê um hardware com duas portas USB, uma interna para colocar o modem 4G ou 3G, e uma externa para fazer conexão com IP, seja WiFi, seja com banda larga fixa, TV conectada ou qualquer outro instrumento IP e com cachê de memória suficiente para reduzir a latência, possibilidade de colocar memória flash de 512 K e cartão de memória de até 16 Giga, para caber mais aplicativos. Nós já estamos trabalhando na correção pelo ar dos dados e também de vídeos. Ou seja, você carrega os vídeos de madrugada e os vídeos anteriores vão para nuvem e terá um aplicativo para abrir essa nuvem. E os novos estarão embarcados no carrossel e disponíveis no memory card, com todos os aplicativos embarcados. Isso leva o conversor a ter similitude com smartphones, PCs e outros equipamentos de informática que tenham essas mesmas característica.

A “caixinha” não é só para TV, é uma “caixinha” integradora, midiacenter. E o Ministério das Comunicações e a Anatel encontraram uma boa solução ao indicar um conversor semelhante para ser distribuído com as famílias de baixa renda, de uma caixinha que possa permitir, no futuro, do Plano Nacional de Banda Larga [PNBL] com o plano de migração da TV digital. E, com isso, a gente vai avançando para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra [óptica], uma internet fixa, usar o canal retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, usar novo modelo de negócio – acho que isso é importantíssimo e foi a Oi a primeira a ver isso – como uma nova fonte de renda para as operadoras, assim como para a radiodifusão.

Isso coloca a TV aberta em um mundo digital com modelo de negócio convergente. Até agora no mundo não tinha sido feito isso, porque todo mundo optou por se fazer isso por meio de IP. Foi o Brasil, junto com esse grupo todo, EBC, Harris, D-Link, Totvs, MecTronica, Spinner, Ebcom, Intacto, Oi e Ei-TV!, universidades e tantos outros que participaram desse projeto, que iniciaram esse movimento.

Tele.Síntese- As especificações do conversor do MiniCom são iguais a da “caixinha” do projeto Brasil 4D?

Barbosa- Faltou uma coisinha, mas foi por esquecimento. Faltou a porta HDMI. Não existe conversor hoje sem essa entrada porque sem ela perde a alta definição da TV aberta, que só teria conexão por vídeo componente ou vídeo composto, que garante uma definição de apenas 420 linhas, uma resolução muito parecida com a da TV analógica. Com o HDMI a TV aberta terá qualidade superior do que a TV a cabo.

Mas o Ministério das Comunicações e a Anatel já afirmaram que quem vai definir as especificações do conversor será o grupo do grupo técnico responsável pela migração e que a porta HDMI será incorporada.

Tele.Síntese- A “caixinha” do projeto Brasil 4D foi especificada pela EBC?

Barbosa – Foi, a pedido nosso. Na verdade, ela nasceu lá atrás de uma proposta do Banco do Brasil, que desenvolveu com a Totvs e com outras empresas uma especificação para criar extratos e saldos bancários pela televisão, que inclusive vamos usar a partir deste mês no Brasil 4D. E o banco negociou com a chinesa D-Link a possibilidade de fazer 10 mil caixinhas. Mas o BB recuou por falta de regulação e ficaram com essas unidades sem uso. Então, eu negociei com eles para fazer os testes de interatividade. Para isso, melhoramos os equipamentos, botamos aplicativos. Ou seja, fizemos todo um trabalho de firmware e de estabelecimento de regras e padrões para fazer os testes em João Pessoa.

Tele.Síntese- Os testes também previam a distribuição de antenas externas junto com as “caixinhas”?

Barbosa – Sim e isso é importante. Antena interna não funciona nesse momento. Não é que antena interna não funcione para TV digital, mas é um risco muito grande por causa dos filtros para evitar interferências. No caso dos receptores do MiniCom, elas devem sair já com os filtros, conforme o ministro Paulo Bernardo adiantou, para evitar interferências dentro de casa. Mas não adianta querer botar antena interna, tem que ser antena externa, para evitar o risco severo de interferências entre os serviços. Se a gente fizer em escala, vai ficar muito barato. Hoje, uma antena externa estaria custando por volta de R$ 80 a R$ 90, mas teríamos condições de fazer isso com o custo mais baixo para atender 1 milhão de “caixinhas”. A perspectiva, e isso ainda não tem confirmação, a potencialidade de conversores é de chegar a 17 milhões, de acordo com as inscrições atuais no Programa do Bolsa Família. Mas na cotação inicial para a fabricação de 1 milhão de “caixinhas” com antena externa ficaria entre R$ 60 e R$ 120 o kit.

Paralelamente, a Anatel ficou de conversar sobre conexão com as operadoras, seja por meio de uma política de contrapartida ou de política pública, para que o chip de dados, que já existe no mercado, possa ter um preço acessível pago pelo próprio consumidor. Ele usa um pacote de dados que ele não paga, mas se ultrapassasse a franquia, teria condições de arcar com o valor reduzido. Isso é uma coisa que precisa ser estudada, para garantir que esse mídia center possa ser mais um canal de inclusão digital, que congrega a banda larga e a TV digital. Como a gente sempre previu, esses meios são suplementares e não excludentes, podem conviver perfeitamente e podem ser motivos de interesses econômicos das corporações.

Outras coisas virão, como o incentivo de desenvolvimento de projetos convergentes e desenvolvimento de ideias para a TV digital, com recursos públicos, na área de antenas inteligentes, diminuição de latência e outras questões fundamentais, como a interatividade síncrona, ou seja, dentro do programa.

Tele.Síntese- Quem vai produzir esses conversores em um tempo curto?

Barbosa– Para produção do hardware, tem várias empresas interessadas. Recentemente, a Anatel reuniu uma sete empresas, nacionais e estrangeiras, para conversar. Mas existem muito mais empresas que podem fazer isso. A questão é saber sobre a implantação do protocolo 3.0 do Ginga e saber se essa implantação será pública, aberta. O pedido da EBC é que seja feito assim. A implementação pública de referência para o uso da interatividade e canal de retorno, como a PUC fez com a versão 1.0, para não ficar na mão de desenvolvimento proprietário. A TV digital sempre foi software livre, código aberto e não pode ser diferente agora quando estamos falando de baixa renda na TV digital.

Tele.Síntese- Esse processo pode levar a um ganho significativo ao PNBL?

Barbosa – Acho que sim. A televisão está em 98% dos lares e poderemos chegar, como pretende o MiniCom, a 93% em 2019 e isso significa que essas pessoas passam a ter a possibilidade de receber as informações digitais, transmitidas por broadcasting ou por IP, não importa. Vamos criar um atalho para a oferta de banda larga. E as operadoras não vão deixar de ganhar dinheiro. Ao contrário, com o modelo novo de canal de retorno, pode se ampliar para outras ofertas de pacotes. Precisamos da cooperação da iniciativa privada para isso.

Tele.Síntese- E os testes da EBC, como andam?

Barbosa- Na verdade, nós temos novidades que serão implantadas agora, como um game de trabalho, desenvolvida pela Feevale, única universidade que tem mestrado em games no Brasil. Mas para isso temos que modificar o firmware, avaliar a capacidade de memória, enfim, tudo isso estamos aprendendo. Também serão implantados extratos e saldos bancários. Para avançar para outros serviços bancários, como a movimentação de contas, precisamos fazer um padrão de autenticação bancária. Isso nós estamos negociando com a Febraban, com as empresas, o governo, para reduzir riscos no canal de retorno.

Tele.Síntese- Então todos os serviços em teste poderão migrar para essa “caixinha” da Anatel?

Barbosa – Ela pode ser mais do que ela é, desde que seja escalável. Mas, na verdade, ela inicia com uma configuração básica, que permite ter uma conexão com a banda larga 4G ou 3G e a serviços públicos. Mas a conexão pode ser gratuita ou paga. São várias possibilidades que a Entidade Administradora da migração vai decidir. Uma das questões fundamentais é testar a interatividade no VHF alto até 2016, quando começa efetivamente o desligamento do sinal analógico, para saber se funciona igual ao UHF. Acreditamos e todos os engenheiros têm sido unânimes de que não haverá problemas. Mas temos que fazer os testes. Outro ponto significativo é trabalhar na multiprogramação. Há poucos conversores no mercado com essa possibilidade e há televisores que também não pegam, porque atualmente é opcional. Muitos radiodifusores não querem, mas para os canais públicos é vital. Sem apelo público, isso dificilmente ocorrerá.

Tele.Síntese- A Anatel acenou com a possibilidade de destinar nova faixa para a evolução da TV digital. Essa é uma reivindicação também das TVs públicas?

Barbosa – É sim. A Anatel já estudando seriamente isso, os radiodifusores ficaram contentes com isso. Assim com o percentual mínimo de 93% de cobertura da TV digital para o desligamento. As coisas estão começando a clarear. Essa “caixinha” é a demonstração física de que a radiodifusão e a banda larga podem caminhar paralelamente, mas de forma convergente.