quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

As novas possibilidade de uso da radiodifusão no mundo convergente.

As novas possibilidade de uso da radiodifusão no mundo convergente.  

Andre Barbosa Filho, PhD



A Televisão Digital Terrestre nunca foi utilizada no mundo em sua potencialidade, razão pela qual suas facilidades foram apresentadas ao publico apenas parcialmente, ou mesmo, "engavetadas" pela indústria de equipamentos eletroeletrônicos de recepção.

A razão da portabilidade, multiprogramação, interatividade com canal de retorno no ambiente TVD não terem sido exploradas a contento pode ser explicada por vários fatores, mas um se destaca por ser, ao certo, a raiz da questão: a avassaladora penetração da Rede Mundial e todas as suas incríveis ofertas de acesso a informação.

Apesar do fato concreto apresentar um cenário transformador, neste inicio do século 21, onde a disseminação da Internet de Alta Velocidade passa a ocupar o protagonismo entre as redes de distribuição de conteúdos, não deve passar desapercebido dois fatores fundamentais que explicam que este reinado não esta, de modo algum, implantado e consolidado em todas as diferentes sociedades.

O primeiro, claro, diz respeito a infraestrutura que permite a oferta e o acesso a Internet Banda Larga em todo planeta mostrando-se escalável apenas onde ha renda per capita e garantia de retorno do investimento. Nas regiões onde existe a existência de grandes bolsões de pobreza, o progresso chega devagar e para poucos, numa perversa construção que, obrigatoriamente leva a formação de contingentes de bilhões de excluídos do cenário WEB.

Em seguida, a próprio modelo econômico de entrega de conteúdos áudio visuais proposto pela tecnologia bidirecionais, em IP (Internet Protocol) que privilegia a retribuição econômica pelo cidadão ao acesso da informação, com a expectativa de monetizar e remunerar cada contribuição ao segmento da cadeia de produção destes conteúdos, desde produtores aos empacotadores e distribuidores.

Assim, o que era uma oferta gratuita de acesso ( ou da gratuidade indireta, pois o preço desta oferta estaria embutido no produto vendido ao consumidor que, portanto, pagaria a propaganda do anunciante inserida na grade de programação das TVs e rádios ) passa a ser diretamente pago pelo cidadão.

Nos Estados Unidos, um fenômeno de comportamento vem sendo objeto de atenção do setor de informação e comunicação: o “cord-cutting”. Trata-se de escolha pelos espectadores, de modelos que atendam necessidades atemporais de uso dos dispositivos, ou seja, sem que sejam obrigados a atender a horários fixos de transmissão, criando assim, a cultura por demanda(“ on demand”).

Esta dinâmica que vem sendo utilizada por um numero cada vez maior de pessoas em todo mundo, gera um cisão no interesse de uso entre grades fixas de programação, modelo usual da TV aberta e gratuita como também, da TV a Cabo ou por Satélite. Surgem os formatos OTT ( Over the Top ) e VOD ( Video on demand ), onde os conteúdos audiovisuais são transmitidos pelas redes de telecomunicações e ofertados em portais multi-tela onde se pode escolher a qualquer tempo, seu filme, serie ou programa favorito.
Os números atuais vem mostrando que os modelos OTT e VOD vem sendo preferidos em detrimento dos serviços de cabo ou satélite. Este e o fenômeno  “cord-cutting”, pois para assinar os novos serviços dos portais “on demand”, um numero expressivo de pessoas vem cortando suas assinaturas das modalidades de TV paga com grade fixa.

Mas o mesmo não se da com a TV Terrestre aberta e gratuita. Números recentes das agencias de pesquisa como Nielsen e Gallup mostram que em 2014, a audiência deste modelo gratuito cresceu de 9% para 17%, perfazendo um crescimento real de 90%. Porque? Por que se utiliza esta plataforma gratuita, para transmissão de programações AO VIVO, que somam a assinatura das plataformas por demanda. São jovens, estudantes, profissionais em inicio de carreira, grupos de baixa renda que estão a utilizar conjuntamente os  serviços

A este cenário se poderia somar outro, o da disruptura. Um fator que coloca conceitos como economia de escala e processos de cauda longa em xeque, pressionados pelas formas e características da economia por nichos, posição mandatória do consumidor e oferta de dispositivos customizados
Como conclusao podemos dizer que os quem tem a banda larga na porta de casa, vem escolhendo, dentre as inumeras ofertas disponiveis, as mais econômicas e que lhes satisfaçam. Quem não tem banda larga ( 4,6 bilhões de pessoas em todo o mundo ) tem na comunicação por radiodifusão, radio e TV abertas, o único modo de conhecer o que passa, instruir-se e divertir-se.

TV Terrestre Digital vem chegando lentamente, vencendo preconceitos e lutando com suas próprias vísceras por tornar-se o que, potencialmente, já o e: uma plataforma moderna, com facilidades que devem se ombrear a outras congêneres digitais, desde que vista pelo Poder Publico e pela Sociedade na o uma tecnologia ultrapassada, o que definitivamente não o e, mas uma estrutura de informação que chega gratuitamente aos lares, e que a tornam competitiva
E a covergencia de mídias, rapidamente, o que e?

A convergência das mídias está surge simultaneamente com a revolução digital, que nasceu com a cultura do computador como um "mediador da comunicação". No século passado, ele era apenas uma máquina de processar números e, de repente, na sua evolução, começa a absorver outros sistemas de linguagem. 

Vc. ja ouviu falar sobre o “Videotexto”? E uma espécie de a “Idade da Pedra da internet”. Nesse trabalho aconteceu uma coisa fantástica: a linguagem verbal saltou do papel para a tela eletrônica. Então, a gente mal consegue imaginar o significado que isso teve e continua tendo.

O computador absorve essa linguagem, traduz numericamente e devolve na tela pra nós exatamente na sua forma original. Você recebe a imagem como imagem, a palavra como a palavra, o som como som e o vídeo como o vídeo.

Isso é chamado de convergência das mídias, ou seja, é quando tudo converge para o computador, somada a capacidade que a máquina tem de nos devolver essas linguagens como elas são originalmente.

Jenkins afirma em sua obra que esta convergência de linguagens  terceira estética, por sua vez, chega munida de poderes que poderão revolucionar as ideias, o pensamento, o comportamento e a criatividade artística tanto por parte do produtor da arte quanto do receptor, que nesse momento especifico também se hibridiza em sua relação com a obra, pois, ele passa a ser ao mesmo tempo construtor, executor, emissor e receptor deste projeto artístico. 
“Lembrem-se disto: a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final.”

E pensando na convergência como processo:

Percebemos que os exemplos que são produzidos em coletivos como este que ora compartilhamos, são representantes desse momento de elevação, onde a ação do artista integral, e a maneira com que ele utiliza uma ferramenta reformulam toda a tradição da construção e desenvolvimento das artes em geral, como também a sua recepção em novos territórios e públicos diferenciados. 

Essa tríade - arte, tecnologia e convergência possui um caminho próspero no contexto contemporâneo. Penso que não estamos distantes ou perto dessa quebra de paradigma nas artes, mais sim, estamos dentro do próprio.

E por estarmos dentro dele, ainda relatamos a complexidade de algumas pessoas em entender que esta arte expandida não se estabelece através de uma linguagem; a coletividade e o hibridismo de várias linguagens é quem fornece os parâmetros de sua existência artística e comunicacional.

O conversor com Ginga C e que poderá ser distribuído para inscritos no Bolsa Família criará ate a possibilidade de levar a banda larga para pessoas carentes, usando a transmissão pela TV assim como a penetração pela radiodifusão com controle total pela radiodifusão. E todos podem ganhar com isso. Basta estabelecer modelos de negócios compatíveis com a renda dessas famílias. A “caixinha” não é só para TV, é uma “caixinha” integradora. E com isso, a gente vai avançando para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra [óptica], uma internet fixa, usar o canal retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, usar novo modelo de negócio como uma nova fonte de renda para a radiodifusão.

A base de tudo isso está no desenvolvimento do Ginga completo, o Ginga Full, porque o que foi proposto inicialmente quando de sua inclusão nas normas UIT-R, não foi discutido como possibilidade real e se tornado recomendável por norma da ABNT. Assim, o FORUM SBTVD não levou em conta a normatização da  totalidade das linhas de código do middleware Ginga. A indústria de recepção, fatiou  estes protocolos e  colocou como regra opcional o Ginga 1.0 por interesse negocial. Deste modo se privilegiou a TV conectada, ao contrario dos princípios do SBTVD que deveria trabalhar para trazer e assegurar, entre outros, os benefícios da interatividade . Agora, com o adventos do apagão, somado a oportunidade de acesso aos recursos advindos do Edital de venda do espectro 698 a 806 Mhz,  sugere a oportunidade  de uso, privilegiando os serviços públicos, daquilo que se chama de Ginga C ou 3.0. Ele  tem alguns protocolos que permitem a interatividade, vídeos dinâmicos e uma série de leituras de mídias previstas para utilizarem a linguagem IP convergida com a BTS, linguagem especifica de transporte audiovisual pela Televisão.

E bom que se diga que, no mundo, tal plataforma nunca teve seu desenvolvimento completado. Não que os países como Itália, que chegou bastante longe, a França e até a Alemanha, não tivessem caminhado nesta direção ha anos atrás.  Esses países não tiveram interesse em dar continuidade ao desenvolvimento da interatividade por radiodifusão em razão da oferta outros serviços, naturalmente bidirecionais que consideram prioritários, como a banda larga. Entretanto, as noticias recém chegadas do grande mercado tecnológico do mundo, os EUA,  dão conta que o broadcasting está sendo visto atualmente de outra forma, não só como aquela televisão linear do modelo em vigor, mas usado para convergir com outras formas de plataformas digitais. 
De qualquer maneira, para o panorama brasileiro faltava desenvolver um teste de conceito e empresa publica de comunicação publica, EBC o fez através do projeto "Brasil 4D". Incialmente, em 2013,  em Joao Pessoa, na Paraíba, onde em 100 residências de beneficiários do programa "Bolsa Família" instalou-se conversores e antenas externas de recepção para o acesso de aplicativos audiovisuais ( HTML + BTS)de saúde, emprego, educação, aconselhamento financeiro, retirada de saldos e extratos bancários, etc., com apoio de 12 empresas privadas, três universidades e do Banco Mundial. 
Desde 2014, esta se testando esses conversores em 50 casas em Samambaia, no DF. O teste chega agora em 350 casas na Ceilândia com o aval do novo governador do DF. Esta também se conversando com a fechando com a Codab [Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal] um acordo para licitar 30 mil unidades habitacionais do programa "Minha Casa Minha Vida" com conversores do programa "Brasil 4D" .

 O perfil técnico dessa “caixinha” prevê um hardware com  porta USB,  externa para fazer conexão com conexão 3G  (não incluída) e com cachê de memória suficiente para reduzir a latência, possibilidade de colocar memória flash de 256 K e cartão de memória de até 16 Giga (não incluído), na perspectiva de se colocar um numero maior de aplicativos caber mais aplicativos. Ja se esta trabalhando na correção remota pelo ar dos dados e também de vídeos através de tecnologia PUSH-VOD. Ou seja, você carrega os vídeos de madrugada e os vídeos anteriores ou desparecem ou irão para um repositório em nuvem (existira na tela um aplicativo para abrir essa nuvem e ter acesso a lista de aplicativos fora do carroussel de dados. E os novos, obvio,  estarão embarcados no carroussel e disponíveis no memory card, com todos os aplicativos embarcados. Isso leva o conversor a ter configuração similar a dos smartphones, PCs e outros equipamentos de informática.

Isso coloca a TV aberta em um mundo digital com modelo de negócio convergente. Até agora no mundo não tinha sido feito isso, porque todo mundo optou por se fazer o procedimento interativo por meio de IP. Foi o Brasil, junto com esse grupo todo, EBC, Harris, D-Link, Totvs, MecTronica, Spinner, Ebcom, Intacto, Oi e Ei-TV!, universidades e tantos outros que participaram desse projeto, que iniciaram esse movimento.

A publicação da portaria No 481, DE 9 DE JULHO DE 2014 deu contornos as especificações mínimas para o conversor digital. Deixou de estar expresso temas como a porta HDMI (A própria indústria de recepção já considerou a importância desta porta para atender TVs analógicas ou digitais sem conversor embutidos -  manufaturadas de 2008 a 2011). Além do mais, não existem hoje conversores  a disposição no mercado - mesmo os zappers, só com processadores de áudio e vídeo, sem middleware - que não contenham este input HDMI. Resultadosem este perde-se a alta definição nestes aparelhos sem conversor built-in, que só teriam como conectar-se aos conversores por vídeo componente ou vídeo composto, que garante uma definição de apenas 420 linhas, uma resolução muito parecida com a da TV analógica. Com o HDMI, a TV aberta garante, como sabemos, qualidade superior de resolução de imagem e vídeo, melhor, inclusive, do que oferece o DVB-S na TV a cabo.

Antena interna não funciona para a migração analógico-digital conforme se verificou em 100% das testes do programa Brasil 4D. Não é que antena interna não funcione para TV digital, mas é um risco muito grande por das interferências, especialmente com o sinal 4G/LTE.  Se a gente fizer em escala, vai ficar muito barato. 

Paralelamente, a Anatel ficou de conversar sobre conexão com as operadoras, seja por meio de uma política de contrapartida ou de política pública, para que o chip de dados, que já existe no mercado, possa ter um preço acessível pago pelo próprio consumidor. Ele usa um pacote de dados que ele não paga, mas se ultrapassasse a franquia, teria condições de arcar com o valor reduzido. Isso é uma coisa que precisa ser estudada, para garantir que esse conversor possa ser mais um canal de inclusão digital.

 Para produção do hardware, tem várias empresas interessadas. Recentemente, a Anatel reuniu uma sete empresas, nacionais e estrangeiras, para conversar. O Fórum SBTVS fez o mesmo. 28 empresas responderam. A questão é saber sobre a implantação do protocolo 3.0 do Ginga e saber se essa implantação será pública, aberta.  A TV digital sempre foi software livre, código aberto e não pode ser diferente agora quando estamos falando de baixa renda na TV digital.

A televisão está em 98% dos lares e poderemos chegar, como pretende o MiniCom, a 93% em 2018 e isso significa que essas pessoas passam a ter a possibilidade de receber as informações digitais, transmitidas por broadcasting . Vamos criar um atalho para a oferta de banda larga. E as operadoras não vão deixar de ganhar dinheiro. Ao contrário, com o modelo novo de canal de retorno, pode se ampliar para outras ofertas de pacotes. Precisamos da cooperação da iniciativa privada para isso. 

Vamos deixar bem claro. Baixar aplicativos audiovisuais pela TV significa manter a primazia e controle da transmissão pelo radio difusor. E através do seu play-out que os dados chegarão as residências:

1. SIMULTANEAMENTE ( característica única da radiodifusão. a Internet não conta com esta prerrogativa )

2. COM SEGURANCA ( transmissões radiodifundidas não estão sujeitas a hackers )

3. COM MAIOR USO DE BANDA ( Dentro do espectro de 6Mhz o uso de apenas 0.5Mb ja seria um especo muito superior ao oferecido nas taxas de trafego de dados negociado em nosso Pais )

4. COM A NEGOCIACAO DESTES SERVICOS TENDO SEU PROTAGONISMO PELA RADIODIFUSAO ( Claro haveria que mudar a lei de radiodifusão neste ponto, permitindo que o radio difusor possa vender seu transporte broadcasting para dados e não apenas para conteúdos audiovisuais. Assim criar-se-ia espaços de negociação para serviços interativos com canal de retorno e de overflow para OTT com as empresas telefônicas ainda com posição de forca. Hoje a cobertura hegemônica da TV chega a 98% da TV analógica. A obrigação legal fala em 93% parta o serviço digital. Tal cobertura será alcançada  no nivel nacional pela banda larga em curto espaço de tempo? Não cremos, infelizmente. Seria uma grande oportunidade para a radiodifusão fazer ensaios com as agencias de publicidade com conteúdos interativos. Esta convergência ja e uma realidade nos EUA. Pouco a pouco o OTT vem se tornando o modelo preferido de acesso ao audiovisual.  

A caixinha conversora deve ser manter como esta configurada no Brasil 4D, com implementação Ginga C 9 Java + NCL /lua )  configuração básica, que permite ter uma conexão com a banda larga 4G ou 3G e a serviços públicos ( não inclusos na caixinha ). Ela não impõe modelos. Ela deixa a porta aberta para soluções futuras. Mas devera ter o Ginga C , porta HDMI e as configurações básicas de processamento com as entradas estabelecidas e SEM INCLUSAO NO CUSTO DA CAIXINHA DE CONEXAO E ARAMAZENAMENTO ) para deixar um Irremediável LEGADO com aconteceu em casos análogos na EUROPA

O custo da implementação do Ginga C e do Ginga B e praticamente o mesmo.

ELA NAO TERA CONEXAO DIRETA NO GINGA QUE PERMITA BAIXAR APLICATIVOS DA WEB( apesar de possível, se quisermos no futuro). 
A conexão poderá ser gratuita ou paga. São várias possibilidades que a Entidade Administradora da migração vai decidir.









sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Geração #Hashtag e 'nativos digitais' exigem mudancas.

Foto - PR Newswire




Geração #Hashtag e "nativos digitais" exigem novos modelos de negócios



Foi-se a época em que fazer download de músicas no formato MP3 na internet era a grande inovação, frente aos discos e CDs de um passado não muito distante. Uma década depois de o conteúdo digital desafiar o reinado dos formatos físicos uma nova, terceira onda de mídia – que permite ouvir música em streaming – está reescrevendo as regras de desenvolvimento e distribuição de conteúdo.
Modelos nativos digitais estão criando crescentes oportunidades, particularmente nos mercados emergentes, para empresas que compreendem como desenvolver e publicar em novos formatos. A Geração #Hashtag, que combina nativos digitais (aqueles que são muito jovens para lembrar-se da vida antes da Internet) e migrantes digitais (pessoas com mais de 26 anos, que abraçaram a mídia digital como sua principal fonte de conteúdo) está desafiando os modelos de negócios tradicionais dos produtores de conteúdo e possibilitando o surgimento de novos modelos digitais nativos, de acordo com "Generation #hashtag: A new wave of content for the age of Digital Natives", nova pesquisa da Bain & Company.
O estudo da Bain ouviu aproximadamente 7 mil consumidores de 10 países e mostra que a combinação de dispositivos digitais de baixo custo e redes de comunicações em rápido desenvolvimento está consolidando o consumo de conteúdo digital em todas as faixas etárias. Enquanto os consumidores desta nova era estão liderando essa transição, os demais estão se aproximando rapidamente.
A pesquisa mostra que:
• Nos mercados desenvolvidos (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Suécia), 59% dos pesquisados entre 26 e 35 anos se consideram consumidores nativos digitais, enquanto 38% das pessoas acima de 35 anos afirmam o mesmo; em contrapartida, 11% e 13%, respectivamente, se identificam como consumidores analógicos. Nos mercados emergentes (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul), mais de 30% dos consumidores com mais de 25 anos já migraram para a mídia da terceira onda;
• 70% dos pesquisados em países desenvolvidos diz possuir um smartphone, enquanto 47% tem um tablet. Entre os adolescentes de 15 a 18 anos o número é ainda maior: 84% possui um smartphone;
• 63% dos adultos acima de 35 anos em economias desenvolvidas assistem a vídeos online e 93% ouvem música digitalmente. A participação de consumidores jovens, entre 15 e 25 anos, é ainda mais alta: 87% assistem a vídeos online e 98% ouvem música digitalmente;
• Mesmo que as pessoas com menos de 36 anos estejam consumindo mais conteúdo digital, os avanços digitais ajudaram a democratizar a tecnologia em todas as faixas etárias. Quase 96% dos pesquisados entre 26 e 35 anos e 93% das pessoas com mais de 36 anos diz que consome música digital, em comparação com 98% daqueles entre 15 e 25 anos.
"As indústrias de conteúdos estão, mais uma vez, enfrentando a necessidade crítica de se adaptar para sobreviver", diz Frederic Declercq, sócio da Bain & Company. "À medida que novos modelos que não possuem nenhum legado analógico ganham tração, e com a demanda de geração #hashtag crescendo, o sucesso em longo prazo das empresas de mídia depende da capacidade de reinventar sua abordagem – desde a criação de conteúdo até distribuição e monetização"
Na transição inicial do físico para o digital, o conteúdo manteve o seu legado analógico – a criação de conteúdo permaneceu nas mãos de estúdios de cinema, principais empresas de música e editoras de livros, e o modelo de monetização que prevaleceu foi baseado no preço de produtos de compra. Modelos digitais nativos, como streaming de música e jogos para celular, libertaram-se das limitações das formas anteriores, dando lugar ao conteúdo de forma resumida, transmitido à vontade, e rentabilizado por meio de assinaturas, micro transações ou publicidade. Esta terceira onda da mídia tem propagado para além dos nativos digitais, mas em toda a mídia:
• A entrada de vídeo, música e vídeo game digital em mercados desenvolvidos é de pelo menos 70%, com a música registrando 94%; e-books ficam com apenas 38%;
• Em mercados emergentes, a participação de todas as mídias é de 40%, mais alta em música e vídeo games – 48% e 45%, respectivamente;
• Representantes digitais nativos como Spotify, Twitch, e King, criador do Candy Crush, já adquiriram uma base de usuários considerável, ganhando mais de 40 milhões de consumidores ativos em apenas seis anos.
"Com o aumento da participação digital aparecem os questionamentos sobre privacidade de dados e recomendações on-line. Como a diferença entre as gerações se fecha, os consumidores mais jovens estão mais dispostos a abrir mão da privacidade para obter recomendações mais personalizadas", analisa Declercq.
Apesar da explosão potencial, muitos representantes digitais nativos ainda têm de gerar dinheiro. Enquanto as vendas do Spotify cresceram 128% entre 2011 e 2012, as perdas aumentaram 46% no mesmo período. Já o Netflix, que tem foco no crescimento de sua presença em todo o mundo, tem visto uma queda na sua margem líquida de dois dígitos há três anos para apenas 5% em 2013.
Embora os mercados desenvolvidos, especificamente na Europa Ocidental, América do Norte e Japão, continuam a ser as forças dominantes na indústria de mídia, responsáveis por até 70% das receitas da indústria da música, TV e vídeo em 2013, a ascensão da Geração #hashtag está deslocando uma maior participação no consumo de mídia do mundo para os mercados emergentes.
"Enquanto as empresas de mídia estão sendo desafiadas em seus principais mercados, elas também têm igualmente vastas oportunidades no exterior", explica o executivo da Bain. "Assim como os consumidores de mercados emergentes saltaram diretamente para os celulares, sem a fase de telefone fixo no meio, provavelmente eles vão saltar de formatos físicos de mídias para a terceira onda, criando oportunidades de crescimento para mudar o jogo para as empresas que que podem rapidamente dominar as técnicas de apelo à Geração #hashtag", finaliza.
O sucesso tanto em mercados desenvolvidos quanto nos emergentes depende da capacidade da indústria da mídia de capturar seus próximos consumidores. A Bain recomenda que as empresas de mídia concentrem seus esforços em três áreas:
• Investir em formatos nativos digitais – a transição do conteúdo da abordagem estritamente top-down para modelos mistos que incluam bottom-up e elementos voltados para multidões;
• Repensar a cartilha de monetização – olhar além dos modelos de consumo pagos e de publicidade tradicional para opções "freemium", por exemplo, para quebrar o código de rentabilidade para os formatos nativos;
• Fortalecer a aliança entre conteúdo e redes – fornecer as tecnologias certas – sempre em redes e com conexões rápidas – que permitam o acesso ao conteúdo da terceira onda.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Internet das coisas. Controle ou facilidade ?

A internet , que começou como uma rede modesta , fechada para a comunicação escrita entre os cientistas e militares, continua a sofrer uma transformação radical. 

Chips embutidos em carros , geladeiras, linhas de produção , dispositivos médicos, parquímetros e até culturas permitir que os dispositivos para monitorar seu ambiente , modificar seu comportamento e armazenar, processar grandes quantidades de dados , e comunicar-se diretamente uns com os outros e com nós. 

Cisco estima que , até 2020, 50 bilhões de dispositivos e objetos serão conectados à internet. O vertiginoso crescimento desse fenômeno - o chamado " internet das coisas" - abre enormes possibilidades de negócios e gera uma vasta gama desafios legais ao mesmo tempo . 

Regulamentação das telecomunicações deve continuar a adaptar-se a aplicar em um mundo que é ao mesmo tempo mais ligado e conectado de maneira diferente do que jamais foi. 

Reguladores terá que decidir hoje como garantir que 50 bilhões de dispositivos conectados proteger a privacidade dos usuários (um termo que se tem fundamentalmente significados diferentes em lugares diferentes ) hoje e não são vulneráveis ​​a ataque cibernético amanhã. Novos órgãos normalizadores vão surgir para determinar como estes dispositivos podem comunicar. 

E o licenciamento de patentes padrão essenciais pode levar a batalhas litígios semelhantes aos observados durante as "guerras em curso smartphone . Estas não são as únicas questões que devem ser respondidas . 

Quem será responsável caso um carro sem motorista falhar ? Quem é o culpado quando geladeiras inteligentes são sequestrados como botnets ? E o que as restrições de privacidade serão colocados nos dados coletados por meio de dispositivos inteligentes que são compartilhados com outros nós na rede ?

DF será o primeiro a fazer a transição definitiva para o sinal digital de TV

Distrito Federal será o primeiro a fazer a transição definitiva para o sinal digital de TV


Distrito Federal será o primeiro a fazer a transição definitiva para o sinal digital de TV



Com digitalização, faixa de 700 MHz vai ser usada para expandir o serviço de telefonia e internet 4G no Brasil


A partir do dia 3 de abril, telespectadores do Distrito Federal começarão a ser informados sobre o desligamento da TV analógica e a implementação do sinal digital de TV. O desligamento total acontecerá, conforme o cronograma, em 3 de abril de 2016.

Antes da mudança definitiva, serão divulgados avisos na tela da TV pelas geradoras e retransmissoras. Cada emissora terá de informar ao telespectador a data do desligamento e o canal digital em que vai passar a transmitir sua programação. Todas as informações deverão ser veiculadas na TV aberta, inclusive nos sinais disponibilizados por meio da TV fechada.

Dois meses antes da transição definitiva para o sinal digital, haverá uma indicação com a contagem regressiva para o desligamento. Também haverá uma tarja no pé da tela de TV, que vai divulgar informações como a data do desligamento da geradora e as cidades afetadas; indicar o canal digital em que vai operar a estação; e divulgar site e telefone da central sobre o desligamento.

Também no próximo ano será a vez de São Paulo (maio), Minas Gerais (junho), Goiânia (agosto) e Rio de Janeiro (novembro). A implantação do sinal digital será concluída em todo o país até 2018.

A mudança do sinal analógico para o digital está sendo coordenada pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired). O grupo - com representantes do governo federal, das teles e dos radiodifusores – vai criar até março próximo a Entidade Administradora da Digitalização (EAD) para cuidar da parte operacional da digitalização.

Segundo informações do Ministério das Comunicações (MiniCom), os aparelhos de TV mais recentes já conseguem transmitir o sinal digital. Os demais vão precisar utilizar um conversor. O governo vai distribuir conversores para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. A previsão é de que sejam repassados entre 13 e 14 milhões de conversores digitais.

Liberação da faixa 4G
Com o desligamento do sinal analógico, haverá a liberação da faixa de 700 MHz, atualmente ocupada por canais de TV aberta em tecnologia analógica. Com a digitalização da TV, essa faixa vai ser usada para expandir o serviço de telefonia e internet 4G no Brasil, que desde 2013 já opera na frequência de 2,5 GHz.

A frequência de 700 MHz possibilita cobertura de grandes áreas com o uso de menos antenas, o que permite levar os serviços de telecomunicações inclusive às áreas rurais, a um custo menor. Além disso, é o padrão utilizado internacionalmente para a internet 4G.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

IPads e tablets utilizados por nenes pode lhes ser prejudicial


Usar um smartphone ou iPad para educar uma criança pode impedir sua capacidade de aprendizagem, de acordo com pesquisadores.

Em um comentário para a revista Pediatrics, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston avaliaram tipos disponíveis de mídia interativa e levantaram "questões importantes sobre a sua utilização como ferramentas educacionais", de acordo com um comunicado à imprensa.

Os pesquisadores disseram que, embora os efeitos adversos da televisão e vídeo em crianças muito pequenas sejam bem equacionados, a compreensão da sociedade sobre o impacto dos dispositivos móveis no cérebro pré-escolar e um desafio por quanto as crianças já  os estão usando.

Os pesquisadores alertaram que o uso de um tablet ou smartphone para conquistar a atenção de uma criança pode ser prejudicial para "o seu desenvolvimento sócio-emocional".

"Se esses dispositivos se tornam o método predominante para acalmar e distrair as crianças, eles serão capazes de desenvolver seus próprios mecanismos internos de autocontrole?", perguntam os cientistas.

O uso de tempo na tela interativa por criancas abaixo de três anos de idade poderia também prejudicar seu desenvolvimento das habilidades necessárias para matemática e ciências, descobriram os cientistas estadonidenses, embora eles também tenham dito que alguns estudos sugerem benefícios para uso de dispositivos móveis por crianças, como sua inclusao em habilidades de alfabetização precoce, ou o melhor engajamento acadêmico de alunos com autismo.

Jenny Radesky, instrutora clínico em pediatria do desenvolvimento-comportamental na Escola de Medicina da Universidade de Boston, publicaram os resultados de sua equipe. Ela instou os pais a aumentar a exposição humana à interação humana", com sua prole.

Radesky incentivou mais interação familiar "desconectada" e sugeriu que as crianças podem se beneficiar do que ele chama de  "uma hora com a família", ou seja expor a criança a qualidade de tempo gasto com os familiares - sem qualquer televisão e dispositivos móveis estarem envolvidos.

A pesquisadora apontou que, enquanto há uma abundância de pesquisas mostrando que as crianças com menos de 30 meses, não apreendem bem o que veem a partir de televisão e vídeos e, ao contrario, como elas podem, desenvolver-se a partir de interação humana; Assim, completa o investigador medico: -" nao tem havido investigação suficiente para que  se verifique se aplicações interativas em dispositivos móveis produzem um resultado similar.

Radesky questionou se o uso de smartphones e tablets pode interferir com a capacidade de desenvolver empatia e de resolução de problemas, habilidades e elementos de interação social que normalmente são aprendidas durante os jogos não estruturados e de comunicação com os outras crianças.

Jogar com blocos de construção pode ajudar uma criança com mais habilidades matemáticas  muito mais do que aparelhos eletrônicos interativos, disse ela.

"Estes dispositivos podem substituir as atividades práticas importantes para o desenvolvimento de habilidades sensório-motoras e visual-motoras, que são importantes para o aprendizado e aplicação da matemática e ciências", disse Radesky.

Há evidências de que os programas de aprendizagem precoce na televisão, tais como Vila Sesamo e livros eletrônicos e aprender de ler aplicativos em dispositivos móveis pode ajudar vocabulário e compreensão de leitura, a equipe encontrou, mas apenas uma vez as crianças estão muito mais próximos idade escolar. -"Neste momento há mais perguntas do que respostas quando se trata de mídia móvel - ", disse ela.